Poema da revolução
Não
Não vou morrer a revolução
Não vou travar meu gatilho de mão
Muito menos rever o marginal advérbio
Catapultado em espírito e verso
Não
Não vou morrer a revolução
Não chorarei meu sonho em francês
Não recuarei ao limite burguês
Não
Não vou morrer a revolução
Como quer a nobre Corte do Rei
Vou ser Gilgamesh
Retirar a noite dos olhos
E terminar uma canção
Daquelas que não se termina agora
Tão grandiosa e infinita é
Quanto a palavra construída
Rediviva
Em alegrias e vitórias
Não
Não vou morrer a revolução
Vou viver a revolta das mãos
Preparar meu certeiro canhão
E acertar a contra-idéia do pulso
Repreender
Não
Não vou morrer a revolução
Vou viver a eterna relação
E construir em revolução sempre
Marden Ramalho
Agosto de 1998
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