2 de junho de 2014

"O PCdoB tem a reeleição de Dilma Rousseff como centro de seu projeto para se fortalecer com a eleição de governadores, senadores e deputados.", diz Secretário Nacional de Organização do PCdoB

O Blog disponibiliza abaixo artigo do Secretário Nacional de Organização do PCdoB, médico Walter Sorrentino.

Elucidativo, aborda a política de alianças do PCdoB, sobretudo quando o tema é PT, Brasil, Lula e Dilma.

Boa leitura.

Walter Sorrentino, Secretário Nacional de Organização do PCdoB
Flávio Dino, pelo Maranhão e pelo Brasil

Repercutiu recente artigo neste blog, comentando decisão do PT na sucessão estadual do Maranhão. Vi reação sincera, ao lado da costumeira exploração da imprensa marrom, pescadores de águas turvas.

O PCdoB e o PT, desde a fundação deste, têm relações duradouras porque estratégicas: partilham um projeto em comum para o Brasil na atual etapa de luta para alcançar patamar civilizatório para a nação e o povo brasileiro. Como se sabe, depois do PT, o PCdoB foi o único a apoiar todas as candidaturas de Lula desde 1989, até a próxima vitória de Dilma em outubro

Hoje, isso se concretiza precisamente em reeleger Dilma Rousseff : esse é o centro da tática atual de ambos os partidos. O PCdoB diz que o país chegou a nova etapa que requer outros desenvolvimentos do projeto de desenvolvimento; o PT igualmente diz que é necessário um novo ciclo de mudanças depois da Grande Transformação realizada nestes doze anos. Os dois afirmam a necessidade de asseguarar a continuidade das atuais forças no governo para promover outras mudanças, centradas na realização de reformas democráticas estruturantes – a reforma política, a da regulação da mídia, a reforma agrária e urbana, a reforma tributária, da saúde e educação.

O PCdoB tem a reeleição de Dilma Rousseff como centro de seu projeto para se fortalecer com a eleição de governadores, senadores e deputados. Fortalecer o núcleo básico do que é a esquerda brasileira – PT e PCdoB – é importante para aglutinar um amplo bloco político e social de afinidade com um programa progressista e de esquerda e, ao mesmo tempo, nortear ampla coalizão de forças em torno desse programa.

No Maranhão, é mister alinhar o projeto do Estado com o do Brasil. É uma evidência meridiana que os amplos benefícios do desenvolvimento com inclusão social e direitos do povo não chegaram inteiramente ao bravo povo maranhense. Flávio Dino representa essa esperança, mais que qualquer outro candidato, dizem as pesquisas, e tem chances efetivas de vitória – em 2010 não foi ao segundo turno por 0,2% dos votos, no que corrijo artigo anterior imperfeitamente digitado. Nesse sentido, Maranhão é Brasil, e Brasil é Maranhão. Um frêmito democrático e progressista nesse sentido é muito presente país afora, o de abrir a etapa pós-sanerysista no Estado para essa brava gente.

Flávio Dino e o PCdoB buscaram estabelecer uma ampla união contra a oligarquia cinquentenária, a mais longeva do país, que tem representado um regime político de atraso para o desenvolvimento do Estado e progresso para o povo. O eixo histórico dessa união tem sido, nas diversas etapas percorridas, o PDT do valoroso brizolista Jackson Lago, o PT e o PCdoB, o PSB que criou condições para a derrota do sarneysismo com Jackson Lago e uma série de outras legendas que se somam agora para o anseio e possibilidade de vitória.

É justo e compreensível que Flávio Dino, encabeçando o projeto, numa disputa antioligárquica, receba apoios variados, amplos e difusos. Foi assim também nas eleições de Lula e mesmo na de Dilma atualmente. Mas Flávio e o PCdoB têm lado e representam um campo político claro: o PCdoB está com Dilma Rousseff nacionalmente, do Acre a Pernambuco, do Rio Grande do Sul ao Maranhão. Ninguém duvida disso, menos ainda a presidenta Dilma Rousseff.

O PT neste momento decidiu não perfilar esse caminho, que seria o lugar político natural dele. É uma opção cujas razões são essencialmente políticas e explícitas – não tanto eleitorais em beneficio de Dilma no Estado, diga-se -, em função de um aliado nacional. Isso já ocorrera em 2010, embora estivéssemos aliados na disputa à Prefeitura de São Luís em 2008, com um belo resultado para ambos. Sempre dissemos que Sarney no plano nacional não é o sarneysismo como regime oligárquico no Maranhão.

Afirmei no artigo que a posição do PT contraria o que me parece ser um sentimento dominante entre o eleitorado petista, já que Dilma tem cerca de 62% nas pesquisas no Estado e Flávio Dino tem recorrentemente 55%. Então, isso é uma evidência, até o momento. Talvez tenha me expressado mal ao dizer “petistas” em vez de “eleitorado petista”. Os resultados eleitorais vão comprovar ou não essa assertiva.

O PCdoB errou politicamente, e o reconheceu, quando na década dos 1990 participou do anterior governo Roseana Sarney. É importante aprender com os erros próprios e alheios, sobretudo entre as forças mais avançadas politicamente. O futuro dirá se a opção do PT foi a melhor.

Dilma-Flávio, Flávio-Dilma, são as melhores opções para o Maranhão e para o Brasil. Ambos temos enormes responsabilidades para com a nação e o povo brasileiro como um todo. A vitória de Flávio fortalece o projeto nacional e será bom até mesmo para o PT e o eleitorado petista maranhenses. É isso no que acredito pessoalmente.

Fonte: Blog do Walter Sorrentino

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