7 de dezembro de 2008

Marden Ramalho e um Poema com uma década de existência. Atualíssimo.




Da sensibilidade humana

Viver, quem não vive?
Operário padrão, Jovem insurrecto,
Intelectual atento, Proletário comprimido.
Quantos se comprimem por encostas abastadas
Ou pouco favorecidas?
Todos querem viver melhor com ‘sus ninos y ermanos’?
Mas, quantos terão que morrer ainda para darmos forma a toda a vida?
Aos nossos sentidos de liberdade?
Quantos trocariam vidas improdutivas
Por vida feita a partir da produção de sensibilidades sonhos?
Há respostas para tudo.
Pois há perguntas, não!
A resposta está na leitura da poesia atenta
Embaladas pelas lutas do passado e do presente.
Já com saudades de m futuro que dialeticamente está aí.
Para isso,
Vive-se a necessidade epopéica do real
Imenso,
Onde os poetas espantam a mediocridade dos patetas
E se libertam na busca inquieta do fractal imperfeito
Uma vida que não seja subordinada ao que não é real.
Firme naquilo que se pode viver sempre.
Vivificado,
Tornando-se parte do intenso cotidiano das coisas sensíveis.
Necessárias,
Contra os filhos da anti-modernidade fria:
Para viver a vida que constrói sonhos novos
Transformadores,
Não como em fantasias ou contos místicos,
Ou ainda um sonhar onde bruxas e gnomos
Transformam-se em rarefeitas frases ‘punks’
Pichadas em paredes de carências sociais inestimadas.
Rompa-se então, todos os limites da universalidade humana,
Como lava de vulcão,
Incendiária,
Impávida ao descer a ladeira da imensidão histórica
Povoada em todo sentimento vivo reafirmação,
Sempre,
Das mais amplas liberdades democráticas.


Marden Ramalho
1998

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