27 de novembro de 2009

Do Blog do Miro: 'Serra visita o chefão da revista Veja'

O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta semana que o governador José Serra, que trava uma guerra fratricida para ser o presidenciável tucano, fez uma visita de cortesia ao amigo Roberto Civita, o chefão da revista Veja. Não há maiores detalhes sobre o encontro, como sempre dos mais sigilosos. Mas dá para se imaginar o que rolou na conversa amistosa... e coisa boa não foi! Por Altamiro Borges, no Blog do MiroTalvez o grão-tucano tenha implorado o apoio na batalha sucessória da Editora Abril, a poderosa corporação midiática que edita a Veja — principal palanque da oposição direitista e hidrófoba ao governo Lula.
Conhecido por suas táticas sujas e desleais, talvez José Serra também tenha repassado mais algumas intrigas contra seus adversários, seja Dilma Rousseff ou mesmo o tucano Aécio Neves. Generosa ajuda financeiraJá Roberto Civita talvez tenha aproveitado a cordial visita para agradecer a generosa ajuda que o governo paulista tem dado à sua editora. Nos últimos anos, José Serra assinou vários contratos de compra de publicações do Grupo Abril, a maioria deles sem licitação pública. Num dos mais recentes, os cofres do estado foram saqueados na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, o que injetou R$ 3,7 bilhões nos cofres da famíglia Civita.Esta generosa ajuda, feita com dinheiro público, está sendo questionada pelo Ministério Público Estadual. Em setembro, ele acolheu representação do deputado Ivan Valente (PSOL) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar as irregularidades nos contratos firmados entre os amigos Serra e Roberto Civita. Segundo levantamento do parlamentar, “cada vez mais, esta editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isto totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

Relações promíscuas com os tucanosAlém da bondade financeira, o presidenciável tucano está cada vez mais afiado com o discurso neoliberal da famíglia Civita. Para espantar os fantasmas do passado, ele assumiu de vez a sua postura autoritária e elitista – bem ao gosto dos editores golpistas da Veja. Talvez, Serra tente conquistar a simpatia que goza outro serviçal tucano, o ex-presidente FHC. No artigo “O jogo do milhão”, publicado na revista CartaCapital de março de 2002, o jornalista Bob Fernandes, revelou a que nível chega essa promiscuidade. Vale a pena reproduzir um trecho da elucidativa matéria:
Para que se entenda qual é a relação entre poderes constituídos no Brasil, vale uma rápida visita ao gabinete de Civita, no 24º andar do número 7.221, Marginal Pinheiros, São Paulo. O edifício é dos tais inteligentes. Monumental, debruça-se sobre o fétido Rio Pinheiros, uma espécie de divisa entre o primeiro e o quarto mundos: a favela do Jaguaré não muito distante da Abril, a meio caminho da Editora Globo... A mesa de Civita fica diante do aparador. Sobre ele, fotos. A mulher, os filhos, a família. Além dos Civita, mais uma, só mais uma foto. De Fernando Henrique Cardoso. Por mais de uma vez, a mais de um amigo, Civita explicou: ‘Pensam que a Abril apoia o programa de governo do Fernando Henrique. A questão está mal colocada. Não é a Abril que apoia o programa do Fernando Henrique. É o Fernando Henrique quem apoia o programa de governo da Abril.


Fonte:www.blogdomiro.blogspot.com

21 de novembro de 2009

SINPROESEMMA apóia exposição de artista plástico em São José de Ribamar


O artista plástico Ednilson Costa lançará neste sábado, (21), às 20h30, na sede da secretaria municipal de Turismo (ao lado da Concha Acústica), a exposição ‘Arriba-Mar’, que tem como tema central a cidade turística e religiosa de São José de Ribamar.A exposição ficará aberta à visitação no período de 22 de novembro a 09 de dezembro. Depois disso, o artista Ednilson fará novo lançamento. Desta vez, no Brisamar Hotel, (12/12), na Ponta da Areia. A exposição será finalizada no dia 22 de dezembro.Ednilson Costa conta para o lançamento do projeto, com o apoio do Sindicato dos Profissionais em Educação do Estado do Maranhão – SINPROESEMMA. A entidade por meio da sua secretaria de comunicação tem apoiado diversas atividades culturais, sociais e políticas no Estado, as quais contribuem para o desenvolvimento e melhoria da qualidade do trabalho desses artistas.De acordo com o artista, pintar a cidade de Ribamar não foi difícil. Haja vista a natureza favorecer a iniciativa com o mar, a poesia, a cultura e a magia que emana dela.“O mar foi o maior incentivador do projeto. Uso sempre como inspiração o que a cidade tem de melhor. Assim foi na exposição que fiz como tema São Luís e Alcântara”, disse ele, rememorando os trabalhos anteriores em que retratou as duas cidades turísticas de grande inspiração poética.Para compor seus quadros, ele leva em média quatro meses. Normalmente para isso muda-se para a cidade-inspiração e começa a compor a partir do material e das histórias que possam acrescentar algo ao seu trabalho. “Começo a andar pela cidade. Daí, transformo o que vejo, o que tenho ao meu alcance, na minha composição”, revela.O pintor - Ednilson Costa é pintor e restaurador, estreou individualmente em 1980, aos 18 anos. Com várias exposições coletivas, e agora na sua 14ª exposição individual, foi vencedor de alguns concursos de Artes Plásticas, com destaque para o 2º Salão do Centro de Lançamento de Alcântara – CLA, no qual obteve o segundo lugar, que lhe rendeu um prêmio de uma viagem ao Canadá.Irriquieto e sempre insatisfeito com os resultados da sua última exposição, Ednilson fez uma opção de produção: perambular pela cultura, pela etnografia, pela antropologia que faz este chão brasileiro único e especial. Com mais esta exposição, o artista confirma a tradição do maranhense lúdico, criativo e revolucionário.


fonte:www.sinproesemma.com.br

18 de novembro de 2009

São Luís sedia 1a Conferência Estadual de Comunicação do Maranhão


SÃO LUÍS - Nesta terça e quarta-feira, dias 17 e 18, no Convento das Mercês, será realizada em são Luís a 1ª Conferência Estadual de Comunicação (Conecom-MA), que reunirá representantes da sociedade civil, segmento empresarial e poder público para discutir os rumos da comunicação. Da conferência estadual sairão os representantes do Maranhão para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que ocorrerá em Brasília, nos dias 14, 15 e 16 de dezembro.
O tema da 1ª Conferência Estadual de Comunicação é “Meios para a construção de direitos e cidadania na era digital” e os assuntos da área da comunicação serão debatidos em três eixos: meios de distribuição, produção de conteúdo e cidadania - direitos e deveres inseridos no campo da comunicação. Na programação estão palestras, mesas-redondas, grupos de trabalho, debates e eleições.
O Maranhão tem direito a 50 delegados na Conferência Nacional de Comunicação, sendo 22 da sociedade civil, 22 do segmento empresarial e seis do poder público. Em Brasília, será produzido um relatório para subsidiar da formaulação de uma política pública de comunicação no Brasil, a partir de demandas dos Estados.
A 1ª Conferência Estadual de Comunicação está sendo convocada pelo Governo do Estado e organizada por uma comissão composta por representantes dos três segmentos: sociedade civil, segmento empresarial e poder público.
Para fazer a inscrição basta acessar a página da 1ª Conecom, no site do Governo do Estado.
Com informações da Secretária de Comunicação do Governo do Maranhão
Fonte: Imirante

13 de novembro de 2009

DO BLOG DO OSWALDO BERTOLINO: 'Apagão: a mídia anda com cheiro de queimado'


No mundo da mídia brasileira — ao contrário do jogo do bicho em que vale mesmo o que está escrito —, não vale nem o que está escrito e nem o que é falado. Nada mais arriscado do que tomar ao pé da letra o que se ouve e se lê nas principais manchetes.Por Osvaldo Bertolino, em seu blog.


Na maioria das nações com um grau razoável de civilização, faz parte das regras do jogo acreditar no que a mídia diz. Não no Brasil, e menos ainda no Brasil de hoje.Antes de prosseguir, é preciso definir o conceito de mídia. Parece razoável pensá-la, resumidamente, como o espectro de informações que circulam nos veículos de comunicação majoritários de um país e a sua reprodução como senso comum. É a chamada ”grande imprensa”. Analisar a postura da mídia brasileira em relação ao governo Lula tendo como pano de fundo esta definição é ter a certeza de que algo muito grave está ocorrendo.O exame clínico do passado recente desta relação revela que se existe algo que o Brasil tem de sobra — como petróleo, minério de ferro e água — são previsões tétricas. Vale tudo para tentar transformar um governo com identificação com o povo, e que aparece razoavelmente bem na foto, numa administração de segunda classe. Talvez a mídia não tenha tempo ou capacidade para cometer todos os desatinos que pretende, mas com certeza está empenhada em aproveitar ao máximo todas as oportunidades que aparecerem pela frente para vituperar contra o governo Lula.Calamidade extremaO problema é que a tendência humana é a de acreditar muito mais no que se vê do que no que se lê — ou se ouve. Daí a repetição e a renovação da roupagem das “denúncias” numa velocidade estonteante. Para encobrir a realidade, quanto mais manchetes funéreas, melhor. A idéia da mídia é fazer com que, como no jogo do bicho, se está escrito deve valer — e assim vai se dando como verdade qualquer coisa que apareça contra o governo.Pouco importa se o dito tem ou não tem nexo. Desde que indique a existência de uma calamidade extrema, a coisa em questão passa a ser repetida, vai se alimentando da própria repetição e acaba por se transformar em verdade mais ou menos oficial. O caso do recente “apagão” é um dos clássicos do gênero. Em matéria de bobagem em estado puro, é o que há. O calor gerado pela gritaria da mídia oferece luz suficiente para se lançar à tarefa de analisar os fatos com certa frieza, numa perspectiva temporal mais ampla, como um capítulo da história que estamos tentando construir no Brasil.As autoridades explicaram, os especialistas debateram o assunto à exaustão, os palpiteiros palpitaram à vontade, mas nada disso é capaz de convencer os prelados da mídia. Por quê? Porque estamos vendo e ouvindo novamente o encontro do estardalhaço com a inutilidade que vira e mexe aparece na mídia. Ela torce por um “apagão” no governo Lula não é de hoje. O objetivo é dizer que se FHC teve seu apagão, Lula também teve. Não importa a diferença continental entre ambos.Febre marromJá na virada de 2007 para 2008, quando as últimas labaredas da farsa do “mensalão” se apagaram, a mídia começou a pautar a epidemia de febre amarela (foi, na verdade, uma epidemia de febre marrom) e o “apagão elétrico”. Deixou essa pauta de lado quando surgiu a oportunidade de explorar o caso dos cartões corporativos. Mas, quando de nariz torto ela foi obrigada a registrar práticas semelhantes e justificativas idênticas — sem se dar ao trabalho de verificar se havia ou não fundamento nas denúncias sobre os dois casos — no governo paulista do tucano José Serra, o assunto foi para o arquivo morto.Para que uma denúncia se transforme em indignação social viva e pública, ela precisa de um ingrediente básico: credibilidade. Quando a denúncia não se sustenta, um ou outro cidadão pode até ter os seus motivos de indignação, mas abstém-se de comunicá-los a outras pessoas — e, mais ainda, de participar em demonstrações coletivas. Na verdade, as causas principais do esmaecimento das reações sociais diante de tantas denúncias são a própria consolidação do governo Lula e a sensação de melhora que o país passou a desfrutar nos últimos anos.Ética e subjetividadeUltrapassado o momento mais agudo da transição do regime abertamente neoliberal ao de maior atenção ao papel do Estado, observa-se uma redução da carga dramática da política em todos os seus aspectos. Movidos por objetivos politiqueiros ou por interesses próprios, o fato é que os protagonistas do regime neoliberal — a mídia no fundo é o comitê central dessa gente — passaram a investir muito nessas sucessivas cruzadas denuncistas.Há diferenças significativas na forma de governar o país entre o tucanato e as forças que apóiam o governo Lula. E mais: o presidente da República tem aquele senso de colocação que distingue os bons atacantes do futebol. Isso irrita profundamente a direita perna-de-pau.Ele pôde avançar com os programas sociais porque nunca avançou sem respaldo, na base da improvisação ou da aventura. Acertou na mosca quando conferiu prioridade total ao combate à miséria ao ver que esse era o pai de todos os problemas. Ou seja: era a condição para a solução de outros problemas, inclusive para reverter aquele plano inclinado de ingovernabilidade para onde o país ia se encaminhando quando FHC deixou o Palácio do Planalto.Aliança políticaEm termos de poder político, as jogadas necessariamente teriam de passar por aí. Lula chegou ao Rubicão da candidatura eleitoralmente viável e, na outra margem, à planície por vezes incerta da Presidência da República com esta bandeira no ombro. Nesta situação em que denúncias ameaçam detonar o governo a cada 15 minutos, é preciso falar disso mesmo: redução das desigualdades sociais.Lula escolheu uma colocação que não o deixa a descoberto, escudando-se numa aliança política que sabemos ser precária mas sem a qual obviamente não teria chegado a lugar nenhum. Manejando-a com habilidade, paciência de Jó e até um pouco de sorte, vai levando: só tenta o passo adiante quando se sente escorado pelo avanço anterior. A formação sindical e as credenciais pessoais do presidente ajudam muito, é claro, mas não explicam tudo.O governo Lula optou pelo exercício do poder político cimentado por ingredientes como transigência, negociação, composição de interesses e o estímulo à cooperação. A sua principal vitória não foi propriamente a reeleição em 2006 — obviamente contra a vontade da mídia e de outros menos votados.Clássico do gêneroA maior vitória do governo Lula é a capacidade de resistir ao desgaste e de continuar persuadindo a maioria da sociedade de que ela precisa desse poder que se vem formando no país. Poder que está temporariamente encarnado em Lula, mas que não é uma realidade individual: não pertence a ele nem se explica somente em função dele. Não é poder individual, e sim agregado, ou coletivo. Poder agregado de um país que vai aos poucos recuperando a capacidade de o Estado trabalhar de maneira mais eficiente.Estamos entrando numa fase em que a direita tenta reerguer a sua agenda e cabe aos setores populares impedir que isso aconteça. Em outras palavras: não é papel do presidente da República dar resposta agudas aos ataques da mídia. O movimento social precisa entrar em campo para que o jogo não fique desigual.A máquina midiática vem andando há um bom tempo com cheiro de queimado. O presidente, com o apoio de seus aliados, demonstrou, mais de uma vez e diante de questões críticas, que é perfeitamente capaz de ignorar as pressões da mídia direitista e optar pela decisão que julga ser a mais responsável. O caso do “apagão” vai se mostrando mais um clássico do gênero. O governo, mais uma vez, está tirando o perigo de letra.

Do Vermelho: "Renato Rabelo: PCdoB está mais forte e armado para luta política"


Logo após o 12º Congresso, o presidente Renato Rabelo falou ao Vermelho sobre a presença de Lula e de Dilma ao evento; das eleições de 2010 e principalmente da vida partidária. Reafirmando ser este seu último mandato à frente da legenda, disse que o partido está “mais forte e armado para a luta política” e que o PCdoB "não é um partido qualquer" no cenário político nacional.


Que significado tem o ato político realizado dia 6, durante o 12º Congresso?

De maneira geral, o 12º Congresso revelou que o partido tem influência, cresceu em sua autoridade política e hoje é muito respeitado entre as forças políticas brasileiras. O ato político representa isso. Nele, estava presente além do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – que é hoje uma grande liderança dentro e fora do país – a ministra Dilma Rousseff, que possivelmente será a candidata do campo liderado pelo presidente, ministros e figuras representativas que compõem a base do governo. O pronunciamento indica que de fato o PCdoB tem contribuído muito para a construção do governo Lula e de um novo rumo para o país. O PCdoB, portanto, não é um partido qualquer.

O fato de Dilma ter sido aclamada durante o ato já indica o apoio do partido e da militância à sua candidatura?

Uma candidatura se constrói ao longo do tempo. Agora, por ser indicada por Lula, é natural que tenha a simpatia do PCdoB exatamente pela relação de confiança e amizade que o partido tem com o presidente. É uma questão que vamos avaliar para definir qual será a posição definitiva do partido com relação à candidatura de Dilma. E quem vai fazer isso é a Convenção Nacional do PCdoB, órgão estatutariamente incumbido de aprovar e formalizar nossa posição. O que temos hoje é abertura para uma candidata indicada pelo presidente da República. Mas, para além desta questão, é preciso salientar que a Dilma é uma mulher de ideias avançadas, tem uma trajetória política muito respeitada, combateu a ditadura militar, foi presa, fez parte de organizações que lutaram na resistência e hoje é uma pessoa preparada para continuar o programa iniciado por Lula e mesmo chegar a um nível mais avançado. Ela tem compromissos com ideias democráticas que levam em conta o avanço nacional e social do país. Portanto, é uma candidata que tende a ter apoio das forças avançadas.

Neste sentido, que partido sai deste 12º Congresso?

Este congresso mostra que o partido está mais armado politicamente e tem mais nitidez de rumo. Agora, temos um desfio político enorme pela frente: a batalha eleitoral de 2010. O próprio Programa Socialista coloca que as eleições são muito importantes para se que dê curso ao novo projeto nacional de desenvolvimento (NPDN). Se o ciclo aberto pela eleição de Lula for truncado, significa que o NPND também será barrado uma vez que as circunstâncias políticas serão outras. Ou seja, apesar de mantermos nosso rumo, o caminho poderia mudar muito. Uma derrota do campo do governo Lula teria impacto negativo até mesmo para a América Latina, que hoje trabalha pela integração e contra o imperialismo. Afinal, para as forças de oposição, estamos nos submetendo aos países mais pobres e o que eles querem é que nos submetamos aos EUA e à Europa. Na verdade, temos é de ajudar os países mais pobres porque esta é uma forma de desenvolver o continente e isso vai ajudar direta e indiretamente o Brasil, que é o mais desenvolvido. A visão de submissão, portanto, é a deles e não a nossa. O movimento social é outro divisor de águas entre estes dois campos. Por que FHC diz que vivemos um “autoritarismo popular”? Porque no fundo eles têm medo do movimento social e popular; a elite dominante se pela de medo do povo, das ruas. A volta dessa gente seria um grande retrocesso político e democrático.

Do ponto de vista da vida interna do partido, que avaliação faz do 12º Congresso?O congresso é o coroamento de todo um processo que se desenvolveu no partido e que reflete o debate feito com seus membros. Houve muita receptividade com relação aos documentos propostos e o debate se concentrou principalmente em torno do Programa Socialista, o que já era esperado. Além do coletivo partidário, a própria comissão responsável pela redação final do Programa continuou fazendo um trabalho de aperfeiçoamento da proposta original, de inserção de emendas e de mudanças até mesmo na sua estrutura para que o Programa ficasse mais curto, conciso e de mais fácil entendimento do que o anterior. O Programa Socialista aprovado procura responder às questões candentes hoje e participar de um debate atual em torno do projeto de desenvolvimento para o país. Antes, o documento ficava desvinculado do debate em andamento ou das exigências que se punham para o curso político. Este, ao contrário, entra no curso político e no debate de um novo projeto nacional de desenvolvimento, além de fixar um rumo (o socialismo). Temos dito que o rumo dá ao Programa maior nitidez e o situa no contexto da evolução histórica do Brasil. Já alcançamos determinado patamar a partir dos dois ciclos civilizatórios. Precisamos agora dar o terceiro salto. Com a aprovação deste documento, o partido passa a ficar mais forte e armado para a luta política.

Outro documento importante é a Política de Quadros...

Sim. Este é o segundo documento mais debatido. Os dois documentos, juntamente com nosso Estatuto – que também sofreu mudanças – completam, no terreno organizativo ou dentro da concepção de partido para a realidade atual, a visão de construção partidária. O Programa Socialista e a Política de Quadros – que servirá para dar bases à aplicação deste programa – traduzem o espírito do PCdoB nas condições presentes: um partido preparado para os desafios atuais, moderno e que, ao mesmo tempo, mantém seus princípios e sua visão revolucionária. O PCdoB se tornou contemporâneo, aproximando-se mais do nosso povo, das camadas mais avançadas, dos trabalhadores etc. O desafio do PCdoB é se atualizar permanentemente. E o partido é um corpo vivo, aliás, muito vivo. Sem essa vivacidade, o partido deixaria de cumprir seu papel, ficando de fora do curso político.

A indicação de fortalecer mais a Comissão Política e dar uma nova configuração ao secretariado foi outro traço marcante das discussões...

O esforço que o partido vem fazendo – e pessoalmente venho tentando me concentrar nesta questão – é que a Comissão Política seja efetivamente o centro de gravidade da elaboração e da condução política do partido porque o Comitê Central, em última instância, é que aprova as posições mais importantes. Mas estas posições requerem amadurecimento e elaboração no âmbito da Comissão Política. O CC se reúne, conforme o estatuto, de quatro em quatro meses, então não tem condições de fazer esse trabalho permanente de elaboração e condução política que cabe à CPN, composta por ¼ do CC. O secretariado, por sua vez, acabava fazendo o trabalho da CPN, reduzindo a participação de pessoas que poderiam contribuir no âmbito do CC. A elaboração política ficava centralizada e, ao mesmo tempo, o secretariado não exercia, de forma nítida, o papel precípuo dele que é a coordenação da execução política. Não é o secretariado que elabora, nem que conduz politicamente o partido. Seu papel é fazer o controle e a execução das tarefas políticas. Por isso é um organismo permanente que se reúne semanalmente e não pode ser muito grande. Chegamos a ter dez pessoas no secretariado anterior. A CPN já foi eleita pelo CC e reflete o critério de ser expressão política do partido. Quanto ao secretariado, a questão ainda não foi resolvida. A proposta é que fiquem no secretariado apenas as sete secretarias que, na atividade permanente do partido, tenham uma exigência mais constante.

Após a primeira reunião do Comitê Central eleito na plenária final, foi anunciado que este seria seu último mandato à frente do partido. Qual a razão desta decisão?

O PCdoB leva em conta hoje alguns critérios que são importantes para que possamos ter uma construção partidária viva e permanente. Apesar de não existirem ainda normas que estabeleçam o limite dos mandatos no partido, temos de levar em conta critérios que implicam em renovação e alternância. E se isso vale para as direções, deve valer também para a presidência. A segunda questão é que este já é o meu terceiro mandato e no final dele, terei completado 12 anos à frente do partido. Em minha opinião, três mandatos formam um período de função presidencial consentâneo com nossa concepção de construção partidária. Por mais que eu possa ajudar o partido, ir além poderia impedir maior renovação da direção. Afinal, o PCdoB vai passando por uma fase de transições e mudanças. Por que só o presidente deve se achar no direito de ficar mais tempo? Esse movimento é saudável. Além disso, penso que outras pessoas podem se incumbir melhor da presidência porque são mais jovens e mais voltadas para o seu tempo do que eu, que sou de outra geração. A alternância e a renovação não são por acaso, mas para que o partido fique sempre à altura do seu tempo, para que seja sempre um partido vivo e atuante. Mas, como disse ao Comitê Central, discutir a sucessão demanda tempo porque o compromisso do presidente deve ser com a unidade e a coesão do partido. Então, a transição não pode ser abrupta. E solicitei ao CC – que escolhe a presidência – a prerrogativa de, quando achasse necessário, introduzir essa questão para buscar uma alternativa sucessória condizente com as exigências do partido naquele momento.

Ao final desses 12 anos, qual você espera ser sua marca na presidência do partido?

Busco um partido revolucionário e moderno, ou seja, um partido que não abandone seus princípios revolucionários – se não desnaturaria seu caráter – mas que, ao mesmo tempo, seja sempre um partido jovem. Este é meu esforço. O PCdoB tem hoje um método de trabalho aberto, tem liberdade de opinião. Demos um salto neste sentido. Não existe militante comunista que possa dizer que teve sua ideia cerceada, inclusive com relação a questões que podem ser consideradas contraditórias ou polêmicas. Evidentemente que a liberdade de opinião no partido também deve ser condizente com seus princípios porque a partir do momento em que uma posição é tomada pelo partido, todos devem segui-la uma vez que o partido tem como princípio o centralismo democrático. Agora, o aspecto democrático deve ser amplo, aberto e cada vez mais ativo. Não pode ser uma mera propaganda. A democracia precisa se exercitar porque o nosso objetivo não é a democracia pela democracia, mas sim a construção de um processo de decisões em que haja uma inteligência coletiva e não a inteligência de dois ou três dirigentes. Nenhuma ideia justa chega a nós sem que haja liberdade de opinião. Este é o desafio e me empenho muito para garantir sempre liberdade, democracia e participação.


Donte: Da redação do http://www.vermelho.org.br/, Priscila Lobregate

4 de novembro de 2009

Lula muda agenda em Londres para ir ao Congresso do PCdoB

O Palácio do Planalto confirmou nesta terça-feira (3) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do ato político do 12º Congresso do PCdoB, na próxima sexta-feira (6). Lula remanejou sua agenda em Londres para garantir sua presença. O ato dos comunistas, aberto ao público, será às 19 horas, no auditório do Anhembi, zona norte de São Paulo, que sediará o Congresso.
Lula virá para São Paulo após uma visita oficial a Londres, e teve que fazer mudanças na programação de modo a conciliar as agendas. Um café da manhã com o primeiro ministro britânico, Gordon Brown, foi cancelado. O presidente brasileiro, apoiado pelo PCdoB em suas cinco campanhas eleitorais desde 1989, disse que fazia questão de estar presente.Também estarão presentes no ato político a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o deputado Ciro Gomes (PSB), além de outros ministros, governadores, dirigentes partidários e outros expoentes do arco de alianças do PCdoB.
O fórum máximo do Partido Comunista reúne-se ordibnariamente a cada quatro anos. Este será o sexto Congresso do PCdoB desde a conquista da legalidade, com o fim da ditadura, em 1985. O tema principal do Congresso será a aprovação do novo Programa Socialista do partido.

Da redação do Vermelho

3 de novembro de 2009

Do Blog do Walter Sorrentino: "Maranhão clama por “terceira via” política-eleitoral"


Márcio Jerry é da Comissão Política do PCdoB do Maranhão. Veio ao partido há poucos anos, junto com Flávio Dino. É um senhor quadro político, além de jornalista e versado nas mídias. Ele coordenou a campanha de Flávio a prefeito de São Luis em 2008 e Tem grande domínio do quadro político do Estado. Ele nos concedeu esta entrevista.
2010 já está a pleno vapor, encerrou-se uma etapa com o prazo último de filiação no dia 3 deste mês.Em geral nos Estados há muita indefinição por vários motivos. Mas todas as forças estão em movimento. Impressionante a situação no MA – Jackson cassado, volta a candidatar-se agora com apoio da oposição a Lula; Rosena assumiu mas não ostenta os índices histórico – será candidata ou não? A Roseana se movimenta como candidata e só não será se lá adiante as pesquisas forem muito desfavoráveis. Mas ela tem muitos problemas: governo fragmentado e sem rumo; pouco tempo para obter resultados; crise nacional envolvendo o seu pai, senador Sarney; e o desgaste da longa hegemonia política exercida no Maranhão.
Serra ou Dilma tem vantagem nesse momento? Isso pode se inverter?Como em todo o Brasil, Serra tem vantagem no momento. Mas Dilma aparece bem e tem potencial de crescimento enorme se considerarmos a imensa aprovação do governo Lula e seu grande potencial de transferência de votos. Além do mais é importante considerar que as intenções de voto a Dilma e Ciro suplantam as intenções em Serra, ou seja, a base do presidente Lula ostenta boa situação eleitoral.
Tudo parece clamar por uma terceira via, e o nome de Flávio está bombando. Tem apoios? Dá para polarizar? Pesquisas parecem muito boas…Temos repetido: Jackson caiu e ninguém chorou; Roseana assumiu e ninguém bateu palmas. Há um vazio, portanto; há um cansaço do esquema de disputa tradicional, bipolar. E existe um sentimento forte, atestado nas pesquisas, de renovação da política no Maranhão. Em suma, tem espaço para construir uma alternativa democrática e popular com Flávio Dino governador.
O PT tem uma boa compreensão do que está em jogo ou está voltado para seus próprios objetivos? Está unido?O PT maranhense é muito conflagrado internamente. Está em processo de eleições, portanto voltado pra dentro. Mas temos diálogo com praticamente todos os setores do PT e boas perspectivas de aliança ano que vem.
Buscar o senado seria uma via mais segura de acumulação? Reflito o sentimento público: Flávio será governador do Estado, é questão de tempo.É preciso enxergar além da montanha. No curto prazo o senado parece atraente, mas não responde a um certo clamor por uma liderança que una e dê forma ao sentimento de mudanças, ao desejo de uma alternativa ao fracasso histórico do grupo Sarney e à grande frustração com Jackson Lago. Bem, e o tempo precisa de ajuda…
Se Flávio não for federal, é possível manter a cadeira de deputado do PCdoB no Estado?Temos, sim, condições de manter a cadeira de federal. Aliás, é uma questão chave para nós. Temos nomes com potencial para a disputa e estamos seguros de que é possível dar continuidade à presença do PCdoB/MA na Câmara Federal.--


Fonte: Blog do Walter Sorrentino - http://www.vermelho.org.br/