16 de fevereiro de 2009

Venceu o 'SIM'. Venceu a Venezuela.

O povo da Venezuela saudou com buzinaços, fogos de artifício, música e dança nas ruas de numerosas cidades a vitória do ''Sim'' no referendo que permite a reeleição indefinida para cargos executivos. Logo que foram divulgados os primeiros resultados da apuração, milhares de simpatizantes do presidente Hugo Chávez, que propôs a mudança legal, iniciaram a festa que se prolongou pela madrugada.
Em coletiva de imprensa, os líderes de duas das principais facções oposicionistas venezuelanas, Um Novo Tempo (UNT), Omar Barboza Manuel Rosales, e Podemos, Ismael García, reconheceram a derrota. Ambos destacaram o que consideraram uma boa votação do ''Não'' e prometeram ''prosseguir a luta nas ruas''. Chamou a atenção a ausência na coletiva de um representante da AD (Ação Democrática), outra sigla oposicionista, interpretada como sinal de diferenças de visão entre as hostes antichavistas.

Voto ''cívico, democrático e alegre''
Com 94,2% das urnas apuradas, a opção pelo ''Sim'' obtinha 54,4% dos votos válidos. O comparecimento às urnas foi de mais de 70%, excepcionalmente alto em um país onde o voto não é obrigatório.
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, cumprimentou ''o povo da Venezuela'' pelo seu ''comportamento cívico, democrático e alegre'' durante a ''jornada extraordinária''. Ela destacou a participação e expressou suas felicitações a todos, tanto vencedores como perdedores.
''Pedimos à opção ganhadora que celebre com orgulho, tranquilidade e sobretudo com generosidade; e àqueles cuja opção não resultou ganhadora que se conduzam com tranquilidade, por esta jornada maravilhosa em que também eles foram protagonistas''.
15 eleições e 14 vitórias em dez anos

Com o resultado deste domingo, os partidários de Chávez somam 14 vitórias nos 15 processos eleitorais (presidenciais, parlamentares, regionais e referendos) realizados nos dez anos desde a vitória do presidente bolivariano. Apenas no referendo da reforma constitucional, em dezembro de 2007, a corrente bolivariana não obteve a maioria, perdendo por 1,6% dos votos.
Para o presidente, o resultado é um mandato para ''continuar a revolução'' iniciada dez anos atrás. ''Quero empenhar minha palavra na luta contra a insegurança nos bairros, a corrupção e a ineficiência'', disse Hugo Chávez ao comentar a vitória no Palácio de Miraflores, referindo-se a alguns dos problemas mais sentidos pelo povo venezuelano.
Da redação, com agências

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