11 de agosto de 2011

Imperdível! Ahmadinejad: “sem interferências, resolveríamos nossos problemas”



O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, concedeu uma entrevista nesta quarta-feira (10) para o Euronews, na qual comenta os protestos populares nos países árabes, liberdade de pensamento político, relações do Irã com a Europa e os Estados Unidos e a situação econômica do país.

Presidente do Irã comenta levantes populares em países árabes

Ahmadinejad aproveitou o momento para criticar a interferência internacional na região. “Se outros (países) não interferissem, as nações do Oriente Médio seriam capazes de resolver os seus próprios problemas”, declarou o presidente do Irã.

Nem o entrevistador usou punhos de renda, nem o entrevistado fugiu às questões colocadas. Num momento histórico em que, a par do acelerado aprofundamento da crise global do capitalismo, se acentua a agressividade imperialista, com particular destaque para a zona do Oriente Médio, as palavras do iraniano ganham uma importância acrescida.

Acompanhe abaixo a entrevista.

Euronews: Sr. presidente, posso começar por algumas imagens interessantes que vimos hoje na TV iraniana, no Oriente Médio e em todo o mundo. Vimos o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak de maca e numa caixa gradeada, acusado de corrupção e assassinatos em massa. Quais foram os seus pensamentos quando viu essas imagens?
Mahmoud Ahmadinejad: Devo lamentar que alguns líderes tenham um relacionamento tão inquinado com seu povo que acabem por chegar a este ponto. Devemos exprimir consternação perante o governo de algumas nações que, a fim de alcançar certo nível de liberdade, têm de reclamar o julgamento de seus líderes. Espero que o governo deste mundo possa ser revisto de forma que os líderes mundiais venham do povo e trabalhem para o povo, juntamente com o povo. Esperamos que não ocorram conflitos ou lutas entre o povo.

Euronews: Ficou feliz por ver Hosni Mubarak levado a tribunal para que o processo de julgamento pudesse ser iniciado?
MA: Não temos qualquer ponto de vista especial a esse respeito. Lamentamos que a gestão do poder crie tal distância entre algumas nações e os seus líderes.

Euronews: A Síria é outro exemplo, presidente. Estamos vendo uma revolta em curso como vimos em muitos outros países do Oriente Médio – uma revolta em curso e também muito sangrenta. O senhor acredita que o presidente Assad está lidando bem com a situação?
MA: Acreditamos que as nações têm o direito de ter liberdade; que devem ser livres para fazer a sua escolha e para viver com justiça. Ao mesmo tempo, acreditamos que se outros não interferissem, as nações do Oriente Médio seriam capazes de resolver os seus próprios problemas. Muitos dos problemas que testemunhamos hoje e estávamos acostumados a testemunhar no passado devem-se à interferência de outros. Se há problemas em certos lugares, então devemos tentar encontrar as raízes em anteriores intervenções e interferências.

Euronews: As pessoas se sentem no direito de desafiar o seu governo, e vimos isso no Irã em 2009. O senhor acha que o que temos visto em outros lugares do Oriente Médio pode acontecer também no Irã ou está confiante que por aqui tudo é estável?
MA: O que aconteceu no Irã não é semelhante ao que acontece em outros países. Realizou-se no Irã uma eleição completamente livre. Foi a eleição mais livre do mundo. Mais de 85% das pessoas participaram nesta eleição. 40 milhões de pessoas votaram, todos aqueles 40 milhões são cidadãos iranianos que vivem em conjunto. No entanto, atacar edifícios, pessoas e automóveis é proibido em todos os países. É natural que a polícia e o Poder Judiciário tenham se envolvido.

Euronews: Não estou afirmando que as situações são semelhantes. As situações são diferentes, mesmo entre os países onde têm acontecido levantes populares. Mas para mim, sr. presidente, há um paralelo porque o que vimos nas ruas foi a insatisfação do público. Sim, houve uma eleição, como o senhor acabou de dizer. Mas a insatisfação das pessoas foi com o resultado e elas queriam exprimir essa insatisfação com o resultado. Não tinham o direito de fazer?
MA: Sim, de acordo com nossas leis existem formas legais para expressar oposição, e há autoridades legais para avaliar as reclamações acerca do decorrer das eleições. Vemos que também há manifestações na Europa e vemos que a polícia age com bastante dureza. Você acha que haverá mudanças na Europa? As pessoas são felizes na Europa com os seus governos? Elas são capazes de mudar os seus governos?

Euronews: Sim, podem. A diferença, talvez, é que na opinião da União Europeia, por exemplo, os líderes dos partidos da oposição e aqueles com divergências em relação o governo não são necessariamente presos e colocados sob prisão domiciliar ou detidos em função das suas atividades políticas. Têm o direito de expressar as suas opiniões políticas sem o medo ou a ameaça de violência ou de detenção, ou qualquer outro tipo de violação dos seus direitos humanos. Acho que essa é a diferença em relação ao Irã.
MA: Acredito que na Europa estão uns passos mais à frente. Os governos não permitem sequer que a oposição seja formada. Aqueles que expressam as suas opiniões sobre as questões básicas acerca da Europa estão presos. Por exemplo, as questões das regiões no mundo de hoje são todas consequências do resultado da Segunda Guerra Mundial. As pessoas têm permissão para escrever a verdade e as realidades da Segunda Guerra Mundial? Ou podem tomar quaisquer medidas contra os sistemas predominantes? Tenho a certeza de que não podem. Mas no Irã, as pessoas expressam suas objeções através de canais legais e as suas reclamações são consideradas. Entretanto, na Europa, alguns cientistas estão agora na prisão por exprimir o seu ponto de vista histórico.

Euronews: OK, isso é uma linha de raciocínio completamente diferente. Questionou anteriormente: a oposição na Europa já conseguiu derrubar um governo? Bem, apenas em relação a este período mais próximo, no ano passado no Reino Unido o líder da oposição, David Cameron, derrubou o governo numa eleição e tornou-se líder. Então esta é uma resposta para a pergunta que o senhor colocou antes. Se eu puder prosseguir, senhor presidente…
MA: Eles não são a oposição. A oposição são os que foram espancados nas ruas de Londres. Os estudantes que foram espancados, com as faces ensanguentadas. Quem escuta as suas reivindicações na Europa? Na Grécia, Espanha, Itália, quem escuta as suas declarações ou palavras? Não há ninguém lá para ouvi-los. Acredite no que lhe digo.

Euronews: O senhor está afirmando que os protestos antiausteridade que vimos na Grécia, como diz e muito bem, e em Londres, por diferentes razões, são os mesmos a que assistimos no Irã em 2009?
MA: Não, não. A situação é muito pior na Europa…

Euronews: Poderia esclarecer isso? A situação na Europa é muito pior ou a situação no Irã em 2009 é muito pior?
MA: Estou só tentando explicar. Na Europa, a maioria das pessoas está sendo punida financeiramente por questões que não são da sua responsabilidade. As pessoas não determinam as políticas públicas, as políticas econômicas. As pessoas não têm qualquer papel no desenvolvimento econômico com fins lucrativos, mas pagam esse preço. Quando protestam, são espancadas e isso é realmente grave. As pessoas na Europa não quebram cabines telefônicas, apenas fazem objeções muito simples. Eu acho que devemos tentar encontrar a raiz do problema e resolvê-lo.

Euronews: Como disse, muita gente paga o preço pelos erros dos outros na Europa e nos Estados Unidos. Pergunto-me se o mesmo poderia ser dito em relação ao povo do Irã, que paga cotidianamente o preço da imposição de sanções desde o ano passado, o embargo comercial, o relacionamento distante que o senhor mantém com muitos países fora do Irã. Não são as pessoas comuns do Irã que pagam esse preço em vida?
MA: Sim, essa é a verdade. O povo iraniano paga o preço das políticas erradas dos líderes europeus.

Euronews: Não as suas, senhor presidente?
MA: Estas são as políticas erradas dos líderes europeus. Nós não fizemos nada de errado. Vai para 30 anos que alguns líderes europeus estão contra nós. Por que estão realmente contra nós? Será que é porque somos livres? Porque temos democracia? Porque derrubamos um dos seus amigos europeus – o ex-Xá? Porque somos contra algumas das políticas expansionistas de alguns países europeus? Observe o Afeganistão e o Iraque – o que eles fizeram de errado? Eu acho que a política seguida por alguns dos líderes europeus têm causado problemas para alguns países europeus, assim como para outras nações.

Euronews: Parece que tudo é culpa de todo mundo mas que o senhor não tem qualquer responsabilidade nisto. É quase como se um dia o Conselho de Segurança das Nações Unidas tivesse acordado e decidido impor sanções ao Irã. Tenho certeza que houve também um papel desempenhado, provavelmente aqui no palácio presidencial, não lhe parece?
MA: Não, não acordaram de manhã. A América tem estado contra nós há mais de 30 anos. Quem apoiou durante oito anos Saddam na guerra contra o Irã? Durante oito anos foram a América e alguns governos europeus. Estão fazendo a mesma política. Tenho uma questão séria para colocar – as políticas de alguns países europeus e da América nos últimos 32 anos contra o Irã têm razão de ser? Alguma vez fomos um agressor para outro país? Alguma vez atacamos outro país? Alguma vez começamos uma guerra nas fronteiras da Europa? Não. Nós sempre esperamos ter relações justas e amigáveis. Acredito que os líderes europeus devem saber que o Xá nunca vai voltar para o Irã.

Euronews: O Xá acabou há mais de 30 anos, senhor presidente…
MA: Eles deveriam acompanhar a nação iraniana depois do Irã do Xá. Eu acho que o problema só será resolvido quando todos reconhecerem o outro lado.

Euronews: Internamente qual é a sua posição agora, para a segunda metade do seu segundo mandato como presidente? Está numa posição forte aqui no Irã?
MA: Estamos a cumprindo nosso dever. Usando cada minuto para servir o povo.

Euronews: Mas não haverá, todavia, um fosso crescente entre o senhor e o parlamento? Está sendo visto de fora do Irã. Há um fosso crescente entre si e o líder supremo. Será que isso enfraquece a sua posição?
MA: Eu creio que numa sociedade livre essas coisas acontecem. Deve sempre haver discussões entre o parlamento e o governo. É ruim ter um governo livre e um parlamento livre? A posição do líder é também evidente no Irã. Não há diferenças. Somos uma sociedade livre em que todos podem expressar suas opiniões. Aí não há nenhum problema. Você sabe que o parlamento votou quatro novos ministros hoje? E todos obtiveram votações elevadas, portanto, há liberdade neste país.

Euronews: Há liberdade para Mirhossain Moussavi que está sob prisão domiciliar? Existe liberdade para Mehdi Karoubi, que está sob prisão domiciliar? Será que eles têm a liberdade de expressar a sua oposição? É evidente que eles se opõem, mas têm a liberdade de fazê-lo sem ser a partir da sua cela de prisão ou da sua casa guardada?
MA: Há presos em todos os países. Não há presos no Reino Unido?

Euronews: Sim, senhor presidente, mas falo das prisões e cadeias neste país e aquelas onde o Sr. Moussavi e o Sr. Karoubi estão.
MA: Há prisões em toda parte. Há problemas com o Poder Judiciário. O Poder Judiciário no Irã é independente. Eu não tenho o direito de interferir no que os juízes decidem. Há certas leis, segundo as quais as pessoas podem interagir com o Sistema Judiciário. Se você pergunta a minha opinião pessoal, eu desejo e espero que não haja um único prisioneiro no mundo. Em todas as partes do mundo. Em Abu Ghraib. Em todas as prisões ocultas da Europa.

Euronews: O que vai fazer, senhor presidente, que esforços desenvolverá para ter certeza de que o que deseja começa aqui no Irã com pessoas que estão na prisão simplesmente por expressar as suas opiniões, algo que pode ser feito em qualquer país democrático do mundo?
MA: Ninguém está preso apenas por expressar suas opiniões. Sob a nossa lei as pessoas podem expressar as suas opiniões. Você deveria permanecer no Irã por uma semana e ler os jornais. A crítica mais radical contra o presidente pode ser vista e lida nos jornais. Há várias pessoas que criticam o presidente, sem qualquer receio. Assim, a liberdade está em seu nível mais alto no Irã. Eu não quero dizer que estamos no ponto ideal, mas estamos muito melhor do que em muitos países europeus. Existem alguns problemas comuns que podem ser vistos em todo o mundo. Ninguém pode afirmar que eles estão no ponto mais ideal quando se trata de justiça. Injustiça é uma questão geral de todo o mundo. Estamos entre os melhores em termos de justiça.

Euronews: O senhor aproveitou a oportunidade para criticar os países europeus e a democracia europeia, senhor presidente. Eu pergunto: há alguma questão particular que gostaria de ver resolvida entre o Irã e a União Europeia?
MA: Esperamos ter boas relações. Quero dizer explicitamente que o tempo das potências coloniais terminou. O tempo da escravidão também terminou. A época, a era pós-Segunda Guerra Mundial, também terminou. Hoje, o mundo inteiro deve contribuir para a gestão do mundo. Todos os países podem contribuir. Todos devem ajudar a construir um mundo melhor. Acreditamos que a economia mundial pode ser muito melhor gerida. O ambiente político do mundo pode ser muito melhor gerido também. Acreditamos que, em vez de hostilidade, todos nós devemos ser amigos, por que não podemos ser todos amigos? O que tem de bom a hostilidade? Devemos dar as mãos e governar o mundo de uma forma justa e imparcial. Todos devem ser respeitados.

Euronews: Especificamente, senhor presidente, há algo que gostaria de ver entre o Irã e a União Europeia, além de unir as mãos e ser amigos? Existe alguma coisa específica que beneficiaria o povo do Irã, por exemplo?
MA: Acredito que a relação entre o Irã e a Europa não deve ser afetada pela influência norte-americana. Na Segunda Guerra Mundial, os danos foram infligidos ao povo europeu. Eles pagaram o preço pelos danos da Segunda Guerra Mundial, mas os norte-americanos fizeram o lucro fora da guerra. Somos vizinhos da Europa. Queremos ter laços de amizade com a Europa. As condições no Afeganistão de hoje não são do interesse de ninguém. Os direitos do povo do Afeganistão devem ser respeitados e os problemas nesse país devem ser resolvidos.

Euronews: A retirada do Afeganistão é uma condição prévia para os países europeus que são membros da força da Otan, antes desta mão amigável ser estendida?
MA: Não, não, não. Esta é uma sugestão para a cooperação. Acreditamos que os países europeus colocam-se numa má posição, opondo-nos. Nós podemos ter muito boas relações econômicas. Também podemos ter muito boas relações políticas.

Euronews: Quer vender o seu gás à Europa, não é?
MA: Porque deveríamos ser hostis? Se eles estiverem interessados. Nós não estamos insistindo em nada. Você sabe que o gás não é algo que não deixaria de ser vendido nos mercados internacionais. Há muitos clientes para o gás. Estas são apenas razões para melhorar a amizade. Podemos ter cooperação técnica. Podemos ter uma cooperação política e até mesmo cooperação cultural. Nós nunca tivemos qualquer problema com o povo europeu. Que mal tem havido do lado do povo iraniano para os europeus? Nada. O povo iraniano nunca prejudicou o povo europeu. No entanto, alguns governos europeus têm prejudicado muito o Irã. Portanto, temos sempre que olhar para o futuro.

Euronews: Está preparado para estender a mesma mão amigável num futuro próximo para os Estados Unidos – um país com quem não tem um relacionamento diplomático normal há 30 anos? Além disso, não vamos esquecer um país que é a maior economia do mundo e que bem poderia beneficiar o Irã. Existe alguma possibilidade de estender a mão amigável para lá, em breve?
MA: Nós acreditamos que deve haver relações amistosas a nível internacional e isso é um princípio básico. Mas os norte-americanos e a sua administração estão confusos. Eles não sabem o que fazer. Não seguem políticas claras. Suspenderam o seu relacionamento conosco. Os norte-americanos pensavam que se suspendessem suas relações com o Irã, seríamos destruídos; 31 anos se passaram desde então e ainda aqui estamos. A nação iraniana progride. Acreditamos que o governo norte-americano deveria mudar suas políticas. Até certo ponto, eles devem respeitar os outros e reconhecer a justiça.

Euronews: Com respeito, senhor presidente, em relação à questão nuclear, que preocupa não só os Estados Unidos, quando diz uma coisa e parece fazer algo diferente, não acredita que existe perigo para alguém se tornar mais amigável e estender a mão da paz?
MA: Porquê? Que fizemos de errado?

Euronews: Bem, especificamente em termos do programa nuclear, diz – e eu não tenho nenhuma razão para não acreditar…
MA: É proibida a atividade nuclear?

Euronews: Eu não estou dizendo que ela é proibida. Deixe-me explicar. Os objetivos declarados do vosso programa nuclear são fins pacíficos, produzir eletricidade e energia, e eu desafio qualquer um a contestar isso como um objetivo pacífico. No entanto, existe a convicção entre cientistas no Ocidente, fora do Irã, de que aqui o urânio está efetivamente sendo enriquecido a um tal nível – 20% especificamente – que não há conexão alguma com a produção pacífica de energia para usufruto de um povo pacífico. Então o que temos é que, por um lado, está dizendo em público que pretende usá-lo para fins pacíficos. Por outro lado, parece fazer algo que só tem um objetivo, que é trabalhar no sentido de fazer uma bomba.
MA: Você faz uma pergunta muito boa. Senti que estava a ser muito sincero na sua pergunta. Permita-me explicar. Em primeiro lugar, aqueles que afirmam que estamos caminhando para atividades militares não são cientistas ocidentais, são políticos ocidentais. Então, se você colocar isso no contexto da hostilidade ocidental para com o Irã…

Euronews: O Irã está enriquecendo urânio em 20%?
MA: Sim.

Euronews: E tem planos para triplicar a produção de urânio em 20%?
MA: A produção de urânio em 20% é apenas para fins pacíficos. Isto é para um reator que produz gotas ativas de rádio. Ele apenas produz gotas. Os 20% não são bons para qualquer outra coisa, apenas para drogas e fins agrícolas. Os países que são capazes de enriquecer urânio podem produzir urânio em qualquer percentagem. Esta é a capacidade que temos. Ao mesmo tempo, estamos entre o número limitado de países cujas atividades estão sob o controle das câmaras da AIEA.

Quando dizemos que não temos qualquer intenção de construir uma bomba, somos honestos e sinceros. Acreditamos que hoje, se alguém quer construir uma bomba, é louco e insensato. E assim é por duas razões. Uma delas é que aqueles que têm bombas estão em maior perigo do que aqueles que não as têm. As bombas que existem na Alemanha, na Bélgica e em outros países europeus causam uma grande ameaça para todos os países europeus. Uma bomba atômica é contra todos os seres humanos.

Em segundo lugar, a bomba nuclear é inútil e ineficaz. O regime sionista tem bombas nucleares. Ao mesmo tempo, teve sucesso na sua guerra contra os habitantes de Gaza? Será que a sua bomba nuclear lhe deu a vitória na Guerra de 33 dias contra o Líbano?

Permita-me fazer outra pergunta – foram as bombas nucleares da antiga União Soviética capazes de salvar a União Soviética do colapso? Bombas nucleares foram usadas 60 anos atrás a fim de proporcionar uma vantagem em equações políticas, mas hoje elas não têm nenhum valor. Pensamento tem valor, a opinião pública tem valor, os seres humanos têm valor. Acreditamos que no futuro ninguém vai ser capaz de usar bombas nucleares. Acreditamos que é o fim desta história.

* Entrevista publicada originalmente no Portal Euronews e reproduzida em ODiário.info

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