10 de agosto de 2011

No Chile, 100 mil vão às ruas querendo educação pública e de qualidade



Novos protestos no Chile levam 100 mil às ruas por educação pública e gratuitaA série de protestos estudantis começaram em maio deste ano e prometem dar continuidade

Um novo protesto em Santiago, no Chile, reuniu pelo menos 100 mil estudantes e professores nesta última terça-feira (9). Eles pedem, principalmente, educação pública e gratuita para todos, o que contraria o atual modelo educacional chileno. As marchas foram convocadas na última sexta-feira (5) pela Confederação dos Estudantes da Universidade do Chile (Confech) e por associações de professores.

A concentração aconteceu na parte da manhã, diante da Universidade de Santiago. Durante a madrugada, manifestantes bloquearam diversas ruas e ergueram barricadas, o que provocou a prisão de pelo menos seis pessoas, apesar de o trajeto ter sido autorizado previamente pela prefeitura da capital chilena. Essas informações foram retiradas do jornal chileno “La Tercera”.

A série de protestos estudantis começaram em maio deste ano. Alunos de segundo grau e universitários mobilizaram professores, pais e sindicatos, nas maiores manifestações em duas décadas de democracia chilena.

O governo do presidente Sebastián Piñera chegou a trocar o ministro da Educação e propôs uma reforma na área, num plano com 21 itens. Sem alterar os princípios do modelo instaurado ainda durante a ditadura militar do país sul-americano, no governo de Augusto Pinochet, os estudantes não aceitaram e foram às ruas lutar pelas suas bandeiras.

No Chile não existem universidades gratuitas e as instituições privadas podem operar mas, por lei, não poderiam ter fins lucrativos. A mensalidade cobrada tanto em universidades públicas quanto privadas chegam a US$ 400. Para lidar com o custo, há programas de crédito estudantil, que são operadas por bancos privados com altas taxas de juros. As dívidas estudantis, inclusive, foram um dos estopins dos protestos.

Mais mobilizaçõesAinda nesta terça, às 21h, haverá "panelaço” nas ruas de todo o Chile, em solidariedade ao movimento. Já para o dia 13 de agosto, os estudantes e professores anunciaram que estão preparando uma grande marcha, desta vez em nível de América Latina.

Vale ressaltar que a UNE apoia a luta dos estudantes chilenos e essa pauta estará no centro das discussões do 16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes (Clae), durante os dias 10 e 15 de agosto em Montevidéu, no Uruguai.

Fonte: UNE

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