23 de janeiro de 2010

Em decisão histórica, centrais sindicais do Brasil convocam Conferência Nacional da Classe Trabalhadora


Em reunião realizada nesta quinta-feira, 21, em São Paulo, o Fórum das Centrais Sindicais (composto pela CTB, CUT, FS, UGT, NSC e CGTB) resolveu convocar para o dia 1º de junho uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT/2010).

Na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião será um marco na história do movimento sindical e terá uma importância política extraordinária para o país.

Os sindicalistas também decidiram realizar uma manifestação unificada dia 2 de fevereiro no Congresso Nacional, em Brasília, em defesa redução da jornada de trabalho sem redução de salários, bandeira histórica do movimento operário, que foi a principal reivindicação da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no dia 11 de novembro em Brasília.

PROTAGONISMO

A CTB já defendia em dezembro de 2007, durante seu congresso de fundação, a realização de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Para Wagner Gomes, a iniciativa tomada em conjunto pelas centrais irá unificar o movimento sindical brasileiro, de modo a elevar o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional, bem como sua influência nas eleições deste ano.

Ao sublinhar o caráter histórico da decisão, o presidente da CTB, Wagner Gomes, esclareceu que “o objetivo da Conferência será debater e expor ao Brasil a visão da classe trabalhadora sobre um novo projeto de desenvolvimento nacional. Vamos elaborar um documento com propostas unificadas que visam o desenvolvimento nacional e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

ESCOLHA DO PRESIDENTE

“Defendemos um projeto de nação”, acrescentou, “fundado na valorização do trabalho e numa distribuição mais justa da renda nacional, que é produzida pela classe trabalhadora. Estou convencido de que o fato de as seis centrais sindicais redigirem esse documento é um acontecimento histórico, pois por meio dele iremos participar ativamente da disputa eleitoral de 2010, com a classe unida e a opinião dos trabalhadores muito bem definida. Isso é motivo de comemoração, é um grande feito político”.

As centrais pretendem reunir mais de 10 mil lideranças sindicais de todo Brasil na Conferência que vai debater e aprovar o documento unitário das centrais e definir o apoio a um candidato ou candidata à presidência da república que dê continuidade ao projeto político implementado no país desde 2002 e aprofunde o processo de mudanças.


Para o representante da CTB no Maranhão Júlio Guterres, a realização da CONCLAT é fundamental porque possibilita a participação das sindicais nas questões de interesse do trabalhador.

“Ratifico que essa Conferência é uma vitória histórica. Desde que fundamos a CTB está programada uma CONCLAT, pois essa é uma forma de unificar uma plataforma política para as centrais sindicais”, observa Júlio Guterres.

No contexto político brasileiro, que este ano terá eleição presidencial e para os governos estaduais, Guterres diz que a CTB dará apoio ao candidato que represente a continuação da política iniciada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.

“A tendência é que o apoio vá para candidatos que continuem desenvolvendo um projeto político. O presidente Lula contribuiu para esse desenvolvimento. Em seu governo foram gerados muitos empregos, os trabalhadores tiveram espaço e, tanto as centrais quanto a CTB, buscam um candidato que também continue trabalhando por isso”, conclui o representante da CTB no Maranhão.

Wagner Gomes reitera que as centrais vão elaborar um documento que baseará a escolha do candidato que vai receber o apoio.

“O documento das centrais, depois de aprovado, servirá como base para avaliar qual candidato ou candidata à Presidência da República terá condições de implantá-lo e quem merece o apoio da classe trabalhadora. A convocação da nova conferência é um grande acontecimento. Deve ser destacado em letras garrafais pelo movimento sindical brasileiro”, arrematou Wagner Gomes.

Fotos: 1. Júlio Guterres, presidente da CTB no Maranhão; 2. Fórum das Centrais em São Paulo.
By: Nílton Santos e CTB

Nenhum comentário: