24 de abril de 2010
Do Vermelho: “Governo erra ao não conceder reajuste pedido pelos aposentados”, diz CTB
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reiterou nesta sexta (23) que o governo federal não pretende abrir mão do reajuste de 6,14% para os aposentados que recebem acima de um salário mínimo. A posição foi criticada pelo vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana, para quem “o governo erra ao não conceder o reajuste de 7,7% reivindicado pela categoria e acordado pelos parlamentares no Congresso Nacional”.
“A CTB entende que, a exemplo do que ocorre com o salário mínimo, é necessário definir uma política de valorização permanente dos proventos e pensões”, afirmou o vice-presidente. A categoria foi vítima de uma política deliberada de arrocho durante o governo FHC, que chegou ao ponto de chamar os aposentados de “vagabundos”.
Intransigência e indignação
"O governo reafirma que mantém os 6,14%", afirmou Padilha depois de debater o tema durante reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros da área econômica no final da manhã. Segundo o ministro, não foi discutido no encontro a possibilidade de o presidente vetar um reajuste acima de 6,14%. Lembrou, porém, que em 2006, em período eleitoral, Lula vetou uma proposta dos parlamentares que previa um reajuste superior ao que o governo poderia comportar.
Os deputados e senadores decidiram apoiar um reajuste de 7,71%, que contempla os interesses dos trabalhadores. A direção da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) não ficou surpresa com a notícia, mas demonstrou indignação com a intransigência do governo e pediu aos deputados federais que façam a sua parte na próxima terça-feira, dia 27, votando e aprovando o reajuste de 7,71% aos aposentados.
Questão de justiça
"Tem dinheiro de sobra para pagar os aposentados. É uma questão de justiça. O Governo ameaça vetar para confundir os parlamentares, é uma manobra. Em 2006, quando Lula vetou o reajuste de 16,67% os aposentados não estavam atentos, mobilizados e organizados. A Cobap agora é outra, não irá ficar calada. Rogo aos deputados que não se acovardem e votem pelos aposentados", clamou Warley Martins Gonçalles, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas.
Já o vice-presidente da CTB afirmou que as centrais sindicais e as entidades representativas dos aposentados devem unificar suas forças e mobilizar as bases “com o objetivo de arrancar o reajuste de 7,7% independentemente da vontade do governo”.
De acordo com estimativas do próprio governo, o reajuste de 7,71% teria um impacto de R$ 1,8 bilhão no orçamento da Previdência no prazo de um ano, o que pode ser considerado uma ninharia diante do que se paga aos credores da dívida pública. Em 2008 o Estado brasileiro gastou o equivalente a 5,6% do PIB com juros, promovendo uma transferência brutal de renda da sociedade para a oligarquia financeira. Diante de uma despesa tão alta a intransigência em relação aos aposentados fica incompreensível e inaceitável.
Da redação, Umberto Martins
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