21 de fevereiro de 2012

Poema de "a tardinha": 'Noite luz'


Noite luz

Noite que não disfarça o silêncio
Feito abruptamente em estilhaços
De sonhos que povoam a cidade
Palavras que acendem quintais
E expõem maiôs lusíadas
Que anos depois
Protegidos com capas de puro aço
Espicharam a caligrafia da palavra raiz
Escrevo-as hoje
Para o futuro
Letra a letra
Palavra a palavra
E, infinitamente,
Ergo a fotografia no tempo que herda a humanidade
Personagens de um sopro longo em movimento
Ponderado na história
E embebido na imensidão dialética
A declamar o 5º Império com o Pessoa.

Marden Ramalho
1º de Maio de 1999

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