12 de maio de 2012

Pra sempre. Poema de Drumond para homenagear as minhas mães preferidas

Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?

Minha esposa

Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,



puro pensamento.


Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.


Minha mãe

Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:

Minha sogra

Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



poema: Carlos Drummond de Andrade

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