12 de outubro de 2010

Feriado com poesia exposta


















Foto: Marden Ramalho - 2010

Périplo

Há uma ordem na poesia.
Mas há também desordem.
No que implica o caos
Poeta forja palavra peão.
Constrói idéia fundamental no tempo próprio da vida.
Em dia de tempestades criativas,
Definindo estéticas nacionais,
Poeta conduz caneta
Atando existências.
Na continuidade:
Incompletude.
Na linguagem experienciada:
Processos criativos.
Sou obra.
Sou sujeito na história.
Não sou sozinho.
Totalizo-me em tudo.
Relações imorredouras.
Liberdade?
Enfrentamento das coisas do mundo.
Leis da ciência do caos
Reveladoras de desordenada ordem
Fincada na tensividade relacional da matéria
E na estorvante harmonia dos sentimentos opostos.
O homem não é só no mundo.
E cria com justeza o poema
Embrenhando-se na sóbria concretude das coisas.
Artista que resiste aos exércitos da morte pós-moderna,
Agride a matéria,
Pari o instante adelgaçado por outrem,
Parte em cavalgada rítmica de percussões
Sonorizadas com toda a fractalizada poesia do caos
Na necessidade desordenada do ser
No mesmo tempo histórico da criação.

Marden Ramalho
Julho de 2002

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