Após mobilização de partidos, deputados e senadores conseguem número de assinaturas maior do que o necessário para instalação da CPMI.
Os líderes partidários da Câmara e do Senado conseguiram obter as assinaturas necessárias para criar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações do contraventor Carlos Cachoeira com agentes públicos e privados. O pedido foi protocolado na noite desta terça-feira (17), na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, com a assinatura de 330 deputados e 67 senadores – era necessária a adesão de pelo menos 171 deputados e 27 senadores.
A expectativa da oposição é de que o requerimento seja lido na próxima quinta-feira (19), em sessão do Congresso Nacional, o que oficializaria a criação da CPMI. Representantes da base governista não se manifestaram sobre esse prazo.
Antes da leitura do requerimento em sessão conjunta, as Mesas Diretoras das duas Casas devem conferir as assinaturas. Até o fim da noite anterior ao dia da sessão, os partidos ainda podem incluir ou retirar assinaturas do documento.
A suspeita de que a instalação da CPMI estaria sendo boicotada fez com que diversos partidos se reunissem, ao longo desta terça-feira, para se mobilizar em torno da coleta de assinaturas.
Pela manhã, três partidos de oposição – PSDB, DEM e PPS - realizaram um ato coletivo para registrar “apoio integral” à investigação, conforme definiu o líder tucano, Bruno Araújo (PE). Os oposicionistas acusaram o governo de estar trabalhando contra a instalação da CPMI, supostamente com receio de as investigações trazerem dificuldades políticas para o governo federal.
A crítica foi rechaçada pelo líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), cujo partido coletou 78 assinaturas. “A oposição fala muita bobagem”, disse o líder. “Sempre que há indícios de irregularidades, o PT e o governo apuram, por isso que a Polícia Federal montou as duas operações [Vegas e Monte Carlo, objeto de investigação da CPMI]. A Advocacia Geral da União também está aí para atuar, o Tribunal de Contas da União nunca trabalhou tanto. Tudo isso porque os órgãos têm todas as condições materiais e políticas para averiguar e apurar”, acrescentou Tatto.
O presidente da Câmara, Marco Maia, também afastou a possiblidade de enfraquecimento da CPMI. “Posso afirmar que não acompanhei nenhum movimento de partido ou do governo de postergar ou inviabilizar a CPMI. Há muito chute, deputados dando palpites e opiniões sobre o assunto que não são verdadeiros”, declarou.
Senadores
No Senado, o líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), ressaltou que nenhum integrante do bloco de apoio ao governo retirou assinatura do documento, que tem a adesão dos 13 parlamentares do PT na Casa. “O número mínimo já tinha sido atingido há tempos, e ninguém retirou assinatura”, disse.
Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG) cobrou dos senadores governistas o apoio à CPMI. “Àqueles que propuseram a CPMI cabe a responsabilidade de mostrar ao País que querem fazê-la para investigar todas as relações indevidas ou criminosas durante todo o período.”
Com informações da Agência Senado.
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