Até a recomposição, serão muitas as justificativas para a oposição

Terminada a eleição as pessoas do Maranhão ainda estão analisando e buscando razões para explicar ou justificar a derrota acachapante das oposições no pleito eleitoral de 2010. Esta, é claro, não é uma análise para apenas um texto. Ou mesmo dois. Alguns até concordam que não se pode reduzir essa derrota a apenas um ou outro motivo. Pode se dizer que a falta de clareza e projeto dos objetivos da candidatura Jackson, e a falta de unidade de ação em torno de toda a oposição, são motivos que preocuparam durante a campanha. Vaidades e superficialidades levaram a erros táticos grosseiros,e que por conseguinte, levaram à superficialização da campanha de parte da oposição. Isso impediu certo enfrentamento, mais direto e efetivo, com o grupo liderado pela Governadora Roseana Sarney (PMDB).

O grupo que tem a frente Deputado Federal Flávio Dino (PCdoB), naturalmente, reivindica para si o bastião oposicionista. Sufragado na eleição com mais de 850 mil votos, o comunista teve papel destacado e surpreendeu. Iniciou a campanha com um dígito nas pesquisas de opinião e cresceu, e chegou a incríveis 29,55% da preferência dos maranhenses. Flávio Dino e a militância dos movimentos sociais conseguiram o que era considerado até então impossível ou minimamente muito difícil: ultrapassar Jackson Lago e chegar na segunda posição para ir disputar num incerto segundo turno, em ambiente de campanha em que prevalece o abuso do poder político e econômico, em operação explícit de abafa-abafa.

Flávio Dino e o PCdoB conseguiram. E não é só isso. Fizeram mais. Penso até que Flávio Dino, o PCdoB, o PSB, enfim, conseguiram provocar a abertura de novo ciclo de debates em torno das visões de formas e métodos que devem ser utilizados para encarar os novos rumos da oposição maranhense e ainda pensar o desenvolvimento do estado diante dessa situação de vitória eleitoral absoluta . Essa é uma necessidade.

Por outro lado, o agrupamento que atua em torno de Jackson Lago diz estar com os olhos no futuro, mas sem uita convicção. Aliás, falta de projetos aqui não é novidade. Assim, não se sabe ao certo as consequências dessa derrota para o grupo que gira em torno basicamente do PSDB e do PDT. Esse mesmo grupo teve sua votação reduzida e a derrota em cidades como São Luís, antigo reduto pedetista-tucano, é sintomático da debandada no grupo. Aqui vale lembrar que o atual prefeito da cidade, João Castelo, é do PSDB.

Roseana Sarney terá pela frente 4 anos de governo. Com a possível eleição de Dilma ela vai governar com o apoio total do governo federal e do partido a qual é filiada, o PMDB, e deve realizar um governo de grandes movimentações e pirotecnia política provocada pelo gás recente e a refinaria da petrobrás.

O fato é que o senador José Sarney, mesmo com problemas sérios de saúde, conseguiu uma vez mais derrubar reis, dando um ‘cheque mate’ na oposição sem precedentes na história recente do Maranhão. Mesmo ganhando por apenas 0,08% dos votos, José Sarney e Roseana estão felizes da vida, pois de uma só vez venceram a eleição, derrotaram a oposição de direita e, com isso, impediram a ascensão da esquerda ao poder no estado tendo 'de quebra' ainda, a imagem de protagonistas na defesa da linha de frente das mudanças estruturantes que ocorrem no Brasil da era Lula e agora da era Dilma. A esquerda tentou, tentou mas não conseguiu imprimir essa marca. Eles sim. E esperam com isso que a onda desenvolvimentista chegue ao Maranhão.
E vai chegar. Graças ao governo Dilma.
Que sirva de lição a todos.