Os bancários até tentaram evitar a paralisação, mas sem sucesso. Após várias rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a categoria inicia a partir desta terça-feira (18) uma greve nacional por tempo indeterminado. Aprovaram a paralisação os bancários da Bahia, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Florianópolis, Pernambuco, Ceará, Pará, Paraíba, Alagoas, Piauí, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Amapá, Londrina e Campinas, dentre outros.
Nesta segunda-feira (17) os bancários realizam assembleias organizar o movimento paredista, já que a Fenaban não apresentou uma proposta que contemple as reivindicações da categoria sobre remuneração, emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades.
Os bancários rejeitaram a proposta dos banqueiros de 6% de reajuste (apenas 0,58% de aumento real). O Comando Nacional enviou carta à Fenaban no dia 5 para informar sobre o calendário de mobilização e reafirmar a importância de se buscar um acordo negociado. Mas até agora os bancos não deram nenhuma resposta.
Os trabalhadores destacaram que, além de muito aquém do esperado, a proposta inclui a desvalorização da categoria, pois não repõe as perdas salariais, que chega a 90% na média, desde o primeiro ano do governo FHC. Para os bancários, este ano é preciso que a greve seja forte para enfrentar os banqueiros, que já começaram a mostrar o lado terrorista e forçaram a radicalização. Para a categoria, são indispensáveis que se conquiste nessa campanha o fim do assédio moral, isonomia e a recuperação das perdas, que parece impossível diante do aumento real oferecido, de 0,58%.
De acordo com o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que participa do processo negocial, a indicação do Comando Nacional de aprovar a paralisação com antecedência, tem dois objetivos. Um é cumprir as determinações legais de antecedência de 72 horas, para que o banco não tente entrar com dissídio contra a greve, e o outro é ampliar o canal com a população, conquistando mais apoio e assim pressionar os bancos.
"A radicalização é necessária para desmascarar os banqueiros, que adotaram o discurso de que não é possível conceder aumento real por conta da redução dos juros imposta pelo governo federal. O que é um verdadeiro absurdo, pois a medida beneficia a população e não afeta o rendimento das empresas, que é cada vez mais bilionário", completa.
Para o presidente do SBBA, Euclides Fagundes Neves, a hora é de intensificar lotar as assembleias e ampliar a unidade para que o movimento permaneça forte até o fim. "Temos que fazer uma grande mobilização para arrancar o máximo de benefícios dos bancos e garantir direitos".
As principais reivindicações dos bancários
● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%).
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.
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