12 de julho de 2012

"Senhor Prefeito, nos pague!", cobra José Maria Medeiros, Diretor da Cia Circence de Bonecos, que trabalhou com outros artistas e não recebeu o acertado com Castelo

Sentindo-se enganado pela Prefeitura de São Luís, o Diretor da Companhia Circence de Bonecos, José Maria Medeiros
denuncia a irresponsabilidade da administração com os artistas locais.

Após 8 meses de idas e vindas em busca dos responsáveis para o pagamento do valor devido aos artistas em função de trabalho apresentado, acreditem, ainda na Feira do Livro de 2011.

A Carta abaixo é endereçada ao Prefeito da cidade. Uma medida de 'desespero' por ter feito um trabalho e não ter recebido o valor acertado.
É um apelo que fazem os artistas de São Luís que não receberam os cachês. Vale lembrar que é por meio dsse recurso que vivem os trabalhadores da arte. É o próprio meio de vida dos operários do fazer artístico.

O Blog soma-se aos artistas da CIA Circence de Bonecos e todos os que foram lesados pela prefeitura.

Abaixo, a Carta.

AO PREFEITO JOÃO CASTELO
PARA QUE, SABEDOR DO AQUI RELATADO, TOME AS PROVIDÊNCIAS QUE JULGAR NECESSÁRIAS.


Senhor Prefeito,
Para a realização da Feira do Livro em DEZEMBRO do ano de 2011 fui contactado por um funcionário da Secretaria de Educação do Município – SEMED para realizar o meu show ONDE TÁ O CORO na lona de circo instalada ao lado da praça Maria Aragão, desnecessário dizer o quão feliz fiquei e com certeza o cachê que receberia, R$ 1.500,00 reais, passou a contar do meu planejamento econômico.

De início me disseram logo, só em março, sabe como é o orçamento de 2011 já tá fechado e o de 2012 só abre em março, o negócio é esperar dezembro, janeiro, fevereiro e março. Finalmente chegou março liguei para a Secretaria, me pediram conta bancária, CPF, eteceteras e eteceteras, e que daí no máximo 15 dias eu já estaria com meu dinheiro. Todo mundo alegre. A banda CASCA DE BANANA. Dinheiro na mão é vendaval. Não apareceu nem chuvisco.

No último telefonema que fiz ao rapaz que me contratara ele me disse, Zé não sei quando vai sair, não tenho nem ideia, e quem sabe?perguntei, não sei me repostou. São as águas de março fechando verão.

Comecei a frequentar a SEMED. Como não havia quem me desse qualquer informação, a funcionária que saberia de alguma coisa estava de férias me dirigi ao Secretário, na época o prof. Oton. Fui atenciosamente recebido pela secretária dele e inclusive me deu um cartão de visitas com o telefone celular dele e a afirmação de que se eu ligasse ele me atenderia.

Liguei. Atendeu-me. Numa seguinte visita que fiz à SEMED, a secretária me apresentou a um jovem dizendo-me este é fulano diretor da superintendência administrativa SAAD e é quem vai resolver este caso.

Ele me explicou: o serviço que eu fiz na FEIRA DO LIVRO, para a SEMED, na lona de circo da SEMED, aos olhos dos funcionários da SEMED e do amável público seria pago por uma EMPRESA TERCEIRIZADA e que esta empresa ao apresentar a documentação dera problema,e que o processo está para a Comissão de Licitação, volte daqui a 15 dias, voltei e voltei e voltei. Nesse ínterim houve a mudança de Secretário e tudo volta ao que era antes. Abril, maio, junho, no fim do mês paga foi a resposta que recebi a secretária do Secretário Adjunto que não me recebeu, mandou dizer.

A última vez que liguei já agora no mês de julho a funcionária da SAAD, que já me conhece, lamentou que até o momento o processo não voltou da Comissão de Licitação e que portanto não sabe me informar nem como, nem quando eu vou receber o meu suado e difícil dinheiro.

De tanto me frustrar na tentativa de receber o merecido e trabalhado cachê descobri que não sou o único que ainda não recebeu, Gilson César nosso mímico, Irê, As meninas que trabalharam na recepção, prestadores de serviço carpinteiros, encanadores, e toda a cadeia de trabalho que é necessária para a realização de um evento do porte da FEIRA está sem receber. 8 meses esperando é vil, irritante, frustrante é preciso muito zen-budismo pra não se desesperar.

Algumas reflexões. Como é que a Secretaria de Educação terceiriza um trabalho para uma empresa que sequer apresentou a documentação de sua existência e o conjunto de licenças e alvarás necessários ao seu pleno funcionamento? E quando o faz, está incorreta. A resposta eu soube na Praia Grande conversando com os amigos artistas também desrespeitados em seu direito de receber o pagamento pelo serviço prestado é que a empresa contratada é da amiga de Gardeninha.

Senhor prefeito, nos pague.

ZéMaria Medeiros

São Luis 12 de julho de 2012.

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