Elias Jabbour: Reinaldo Azevedo, o ódio em palavras
A democracia “deles” é muito interessante mesmo. O monopólio é sinônimo de direito de usar a usurpar a ideia alheia de acordo com os próprios interesses e, principalmente, os interesses de seus patrões. A prática da imprensa-lúmpen é velha e rasteira. Vivem de factoides, de mentiras. Reinaldo Azevedo se esbalda do direito de fabricar factoides. E fazendo isso usando um tema sensível, instila o ódio aos que insistem em pensar de forma diferente dele e de seus patrões.
Por Elias Jabbour*
A democracia “deles” é muito interessante mesmo. O monopólio é sinônimo de direito de usar a usurpar a ideia alheia de acordo com os próprios interesses e, principalmente, os interesses de seus patrões. A prática da imprensa-lúmpen é velha e rasteira. Vivem de factoides, de mentiras. Reinaldo Azevedo se esbalda do direito de fabricar factoides. E fazendo isso usando um tema sensível, instila o ódio aos que insistem em pensar de forma diferente dele e de seus patrões.
A questão é a seguinte: qual o problema em um dirigente político de expressar sua opinião ante uma verdadeira torrente de manifestações contrárias a presença de um chefe de Estado de um país soberano no Brasil? Eu não vejo nenhum problema.
Mais do que isso. O grande “problema” do artigo de José Reinaldo Carvalho foi justamente o de colocar o dedo na ferida dos interesses que estão por trás da campanha de difamação tanto da República Islâmica do Irã, quanto de seu presidente. Ou não existe, de fato, um amplo lobby judeu/sionista, que atua em todos os campos possíveis da atividade política e econômica no mundo?
Neste sentido, negando este fato, não seria surpresa se o indigitado articulista da Veja afirmasse que o Mossad não mata, não assassina, não conspira e que, neste caso, o Mossad não passa de um executor de ordens divinas. - Quem mata não é o Mossad e sim deus.
Assim como foram “ordens divinas” que ordenaram a expulsão de dois milhões de palestinos de suas terras e casas desde 1948. São “ordens divinas” que imputam o direito de Israel em soltar bombas e usar seus tanques para varrer residências e usar todos os dispositivos tecnológicos possíveis contra um povo que insiste em ser povo, contra um povo que insiste em ser nação.
O “problema” de José Reinaldo Carvalho foi o de se colocar ao lado deste povo. O “problema” é o de não engolir o engodo de, segundo o próprio Azevedo, “que as bombas foram, sim, um horror em si, mas que o horror poderia ter sido maior ter-se prolongado e ter matado muito mais gente sem elas.”. Reinaldo Azevedo poderia explicar melhor isso, explicitando de quem são as bombas e o principal, de onde sai o dinheiro para a construção destas bombas.
Para esse tipo de escória da (des) informação, a “verdade tem perna curta”. Isso mesmo. O presidente do Irã é um “terrorista” e o único Estado que soltou bombas nucleares em território alheio apenas exerceu seu “direito divino” de construir um “mundo melhor” a partir da matança generalizada.
Quem incita o ódio e o preconceito não é José Reinaldo de Carvalho e sim seu interlocutor que faz um malabarismo retórico para colocar no mesmo saco “antissemita” aqueles que denunciam o arcabouço do verdadeiro terror por detrás do sionismo. Da mesma forma ocorre com aqueles que ao denunciar o imperialismo é posto num índex dos “antidemocratas”.
Reinaldo Azevedo não passa de um dos vários clones de Paulo Francis surgidos após a morte deste último. Vive a ganhar a vida destilando ódio a todos aqueles que insistem em não enxergar os fatos dentro de sua ótica domesticada.
Fico com Millôr: "Ou nos locupletamos todos ou se restabeleça a moralidade".
*Geógrafo
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