
Em greve há 17 dias, os trabalhadores iniciaram a caminhada, a partir do Centro de Ensino Justino Ferreira, dizendo que o “educador está na rua e a luta continua”, uma importante mensagem, que demonstra grande disposição da categoria em permanecer paralisada até o desfecho da negociação com o Estado, com um resultado que favoreça a pauta de reivindicações dos educadores.
Ao longo do percurso, que só terminou em outra escola da rede estadual, no Centro de Ensino Paulo VI, os dirigentes sindicais usaram panfletos e carro som para denunciar os problemas da educação pública e a postura do governo nas negociações em relação ao Estatuto do Educador, projeto importante para a categoria, que deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa para aprovação, com a definição de estrutura de cargos, de avanços na carreira, correção de salários, entre outros direitos.

“Atualmente, constatamos uma defasagem no ensino, sem precedentes, por falta de professores na rede e de uma boa estrutura, na qual os professores poderiam melhor desenvolver suas atividades”, denuncia a secretária-geral do Sinproesemma, Janice Nery.
Segundo ela, além de não garantir essas condições favoráveis ao ensino, o governo ainda prejudica os professores retirando da proposta do Estatuto do Educador direitos já conquistados pela categoria, como a redução da jornada, após 50 anos de idade e 20 de serviço, assim como a retirada da Gratificação de Atividade do Magistério (GAM), na aposentadoria de quem entrou na rede a partir de 2004.
A proposta de estatuto negociada entre o sindicato e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), cuja negociação durou vários anos, sofreu várias alterações feitas pelo governo, que prejudicam a categoria. Uma situação que mantém a greve na rede estadual.

Escola desativada em terreno anexo da Escola Justino Ferreira. Na greve de 2011, o cenário já era esse, de abondono. Dois anos depois, a paisagem de mato e lixo no equipamento público continua, além de uma quadra abandonada que poderia servir de espaços para recreação e esportes.
A precariedade das escolas estaduais é outra situação a denunciada, novamente, pelos educadores na greve deste ano. “As escolas estão sucateadas e a promessa da governadora Roseana Sarney de que faria revolução, tendo a educação como carro-chefe, não aconteceu. Ela usa sim a educação como carro-chefe, mas para atropelar a categoria, negando seusdireitos” , enfatiza o secretário de Assuntos Jurídicos, Francarlos Diniz.
Adesão e aplausos
Depois de percorrer parte da avenida principal da Cidade Operária, os manifestantes entraram no pátio do Centro de Ensino Paulo VI, onde foram aplaudidos por estudantes e professores da escola. No local, o sindicato recebeu a informação de que os professores da escola já aderiram à greve por tempo indeterminado.

Ele ressaltou ainda que a greve é a luta do trabalhador para melhorar a educação, um enfrentamento necessário à última oligarquia do Brasil, que não consegue resolver os problemas básicos do estado, como a educação, que entra nas estatísticas nacionais com três escolas da rede estadual, entre as cinco piores do Brasil. “Enquanto o Maranhão tiver professor descontente e desvalorizado, a situação não melhora. Hoje temos uma carência de cerca de 13 mil professores, mas ao invés de realizar concurso público ou chamar os excedentes do último concurso, o governo mantém contratos precários, com salários de miséria”, ressaltou o sindicalista.
Jornada de trabalho
Em seu discurso, o presidente do Sinproesemma também denunciou que a nova jornada conquistada na Lei do Piso, que assegura um terço da carga horária para atividades fora da sala de aula, não está sendo cumprida de fato no estado do Maranhão. “O governo tenta intimidar os professores nas escolas para que estendam a jornada, com horas extras, mas não diz como vai pagar essas horas adicionais. Por isso, temos que cumprir somente as 13 horas, como é nosso direito”, afirma.
Ele conclui dizendo que a greve continua e que somente lutando é possível mudar a realidade da educação pública no estado: “só na luta é que a gente pode avançar”.
Agenda
Nesta quinta-feira (9), já está agendada uma nova manifestação em bairro. Desta vez, no Monte Castelo, às 15h, na Praça da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Fonte: Ascom - SINPROESEMMA
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