O deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF) desistiu de disputar a presidência da Câmara. Ele, que não contava com o apoio do partido na corrida pelo principal cargo da Mesa Diretora, informou o líder do PR na Casa, Lincoln Portela (MG), da decisão e entregou uma carta anunciando voto na candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN) ao cargo.
“A minha decisão, entretanto, não se aproxima do sentido que orienta os atos de renúncia. Ela é, isto sim, resultado das reflexões de meu partido que, mesmo identificado com a sua candidatura, jamais desautorizou minhas pretensões”, disse o deputado na carta. Segundo o documento, Fonseca se mostra “avesso” a um processo eleitoral durante o recesso. E, por se identificar com as propostas do líder do PMDB, desistiu da candidatura.
Oficialmente, o PR anunciou apoio à candidatura de Henrique Alves em dezembro passado. Mesmo assim, a direção do partido autorizou Fonseca a participar do pleito. O mesmo não aconteceu em 2011, quando o hoje peemedebista Sandro Mabel (GO) lançou seu nome para disputar a presidência contra Marco Maia (PT-RS). Após perder a eleição, deixou o PR para entrar no PMDB.
Em entrevista ao Congresso em Foco na semana passada, o deputado, que é pastor da Assembleia de Deus em Brasília, disse querer derrotar os gays no voto.
Ele informou ter a pretensão de pautar propostas que opõem religiosos e homossexuais, como o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, e que não aceita “ditadura gay”.
No domingo, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), principal nome da bancada LGBT, rebateu as declarações.
Leia a íntegra da carta de Ronaldo Fonseca:
“Caro Deputado Henrique Eduardo Alves,
No exato momento em que redijo este texto, a direção nacional de meu partido recebe a carta que oficializa a desistência de minha postulação ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados.
Na mesma correspondência discorro sobre as razões do gesto que anuncia o mais amplo e irrestrito apoio à sua candidatura, sempre inspirado na bandeira do restabelecimento da força institucional da Câmara Federal.
A minha decisão, entretanto, não se aproxima do sentido que orienta os atos de renúncia. Ela é, isto sim, resultado das reflexões de meu partido que, mesmo identificado com a sua candidatura, jamais desautorizou minhas pretensões.
Avesso à realização de um processo sucessório que se dá no recesso parlamentar, identifiquei em nosso diálogo as garantias necessárias ao respeito devido às propostas que defendi para o parlamento.
Convencido da virtude daqueles que sabem honrar seus compromissos partidários, coloco-me à disposição para cerrar fileiras na jornada eleitoral que escolherá a experiência política como critério para o comando de nossa Casa Legislativa.
Deputado Ronaldo Fonseca“
Fonte: Congresso em Foco
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