9 de janeiro de 2014

E se Pedrinhas fosse demolido?

Àrea do Complexo de Pedrinhas
O Presídio de Pedrinhas data do ano de 1965. Localizado às margens da BR 135, está dentro dos limites da capital do Estado, São Luís do Maranhão e ocupa uma área de pouco mais 122 hectares.

Uma coisa imensa.

De acordo com o Juíz Fernando Mendonça o estado tem cerca de 5,5 mil presos em todo o sistema prisional.

Mas existe um problema pois há pelo menos o dobro de mandados de prisão em aberto para um déficit prisional que já está chega a 2 mil vagas.

Super lotação agrava insalubridade
Somente em Pedrinhas, são cerca de 1700 vagas comportando atualmente 2,2 mil presos.

Bem, ... são números, números e mais números sobre Pedrinhas que ajudam a entender o caldeirão turbulento que é aquilo tudo.

A verdade é que nem o pomposo nome que carrega, Complexo Penitenciário de Pedrinhas, livra esse gigante apodrecido de um futuro inglório e à altura das dores que já conseguiu impor há muitos dos seus internos.

A cidade dorme enquanto a barbárie cria vida e circula por entre os assustadores corredores de Pedrinhas.

Pilha de corpos de uma das rebrliões em Pedrinhas
Fica-se imaginando a quantidade de sangue já derramado e que vão se acumulando por entre frestas que formam pisos e lajes e as já deterioradas paredes dos prédios do complexo.

E o cheiro da urina? Basta apenas simples exalada do ar e a amônia torna-se insuportável no ambiente.

O calor insuportável, beira 50° C em algumas horas do dia.

O agrupamento de pessoas traz também problemas de saúde a que muitos internos são acometidos.

Problemas respiratórios, gástricos, de pele, anemias, alergias de todo tipo, problemas neurológicos, surtos psicóticos e outras doenças provocadas e agravadas pelas péssimas condições estruturais do local.

As violentas rebeliões que derramam sangue e sujeira só deixam o ambiente ainda mais insalubre.
Complexo do Carandiru
Enfim, Pedrinhas já era.

Da mesma forma o velho Carandiru ruiu.

A gota d’água foi a invasão da tropa de Choque da PM no Presídio em 2002, cuja consequência levou à morte quase duas centenas de internos.

As condições dos prédios do Carandiru também estavam em condições até piores que Pedrinhas e foi demolido como parte dos apelos da sociedade que já viam no Carandiru não uma Cadeia Pública com a finalidade de aprisionar e fazer homens condenados cumprirem suas penas.

Centenas foram trucidados na chacina do Carandiru
Hoje no lugar do Carandiru existe apenas uma homenagem em forma de arte para lembrar um período que só trouxe dor e tristeza para muitos.

Pedrinhas deve ser implodido, demolido, ou algo do tipo, e em seu lugar construído novo prédio, planejado de acordo com as necessidades de hoje e do futuro, mais moderno e estruturado dentro da linha das novas formas de detenção e alinhado aos melhores propósitos humanitários.

Assim como aconteceu com o velho Carandiru.

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