Desafios e perspectivas atuais para o movimento sindical dos servidores públicos no Brasil foi o tema do I Congresso Estadual dos Servidores Públicos no Estado do Maranhão (CONSEMA), promovido pela Federação dos Servidores Públicos do Estado do Maranhão (FESPEMA), em parceria com a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB). O evento ocorreu na última sexta-feira, 26, no auditório do SESC, no Olho D’ Água, em São Luís.
O I CONSEMA recebeu a participação de diversas categorias que compõem o funcionalismo público no estado. Agentes de saúde, agentes de trânsito, professores, funcionários de escolas, oficiais de justiça, servidores do judiciário foram alguns dos segmentos que acompanharam os debates.
Após a abertura solene que ocorreu às 9h, os trabalhadores discutiram, em mesa redonda, o tema “A negociação coletiva e o direito de greve”. O Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, Alcebíades Dantas, foi um dos palestrantes e comentou sobre as dificuldades no processo de negociação entre patrões e trabalhadores. “Boa parte sindicatos não tem assessorias contábeis para realizar estudos sobre a vida financeira das empresas, o que pode comprometer o processo de negociação”, enfatiza.
O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), Júlio Guterres, criticou a falta de diálogo dos gestores públicos no processo de negociação com educadores. Segundo o dirigente, a “truculência” prejudica a sociedade que fica sem o serviço público. “Nos últimos anos, a menor greve realizada na rede estadual de educação durou mais de um mês. Isso demostra a ausência de responsabilidade dos governantes”, afirma.
Também na manhã, o presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Domingos, pediu atenção dos trabalhadores nos processos de negociação. Para ele, é preciso unidade para enfrentar os empresários que apenas visam o lucro. “Há empresas em São Paulo que recebem recursos do governo federal para construir obras do Minha Casa, Minha Vida, mas, por outro lado, mantêm trabalhadores em regime análogo à escravidão. Precisamos estar unidos para reivindicarmos nossos direitos”, lembra.
Assédio no serviço público
Durante à tarde, a assessora jurídica (CSPB), Danielle Xavier, alertou dos prejuízos causados pelo assédio moral. “Há um estudo na França que aponta o assédio moral como um dos responsáveis pelo afastamento do trabalho”, cita.
Para combater o assédio moral, a assessora jurídica recomenda que os funcionários públicos utilizem a tecnologia disponível para guardar informações, além de buscar ajuda com colegas de trabalho, a fim de também construir futuras testemunhas.
O assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Queiroz, abordou o contexto político nacional para entender como anda o funcionalismo público em geral. Para o pesquisador, apesar do cenário de crise mundial, não é um momento para o governo federal reduzir direitos trabalhistas no país. “A previdência complementar já é um primeiro sinal do que pode vir”, alerta. Para contornar a situação, o assessor do DIAP, sugere união dos funcionários públicos. “Ter unidade de ação é fundamental para construir um rumo que contemple as aspirações do funcionalismo público brasileiro”, afirma.
Ao final do congresso, o presidente da FESPEMA e vice-presidente da CSPB no Maranhão, Aníbal Lins, agradeceu o empenho dos trabalhadores que ajudaram na preparação do I CONSEMA . “Os servidores públicos são apenas fortes se estiverem unidos. Com esse propósito, a FESPEMA vai construir essa unidade no Maranhão”, finaliza.
Fonte: Sindjus - Fotos: Edson Igor
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