10 de outubro de 2012

Revoltado com atraso no salário da esposa, professora em GO, homem ameaça atear fogo ao próprio corpo

Na manhã desta terça-feira (9), o funcionário público estadual Jorge Brito de Souza, morador de Leopoldo de Bulhões, a 61 quilômetros de Goiânia, se acorrentou em uma das pilastras do prédio da prefeitura da cidade e na posse de um galão de gasolina e um isqueiro ameaçou colocar fogo no próprio corpo. A atitude, segundo ele, é porque a esposa, que é professora concursada da rede municipal, está há cinco meses sem receber.


"Foi uma maneira de chamar a atenção porque a situação é caótica, de abandono. A cidade está pedindo socorro. Meu filho está há cinco meses sem aula porque os professores não recebem e, por isso, estão em greve. Como diz o ditado, 'mente vazia é oficina no diabo'. Aí os meninos ficam nas ruas, se envolvem com quem não devem, com as drogas, e a culpa, depois, é só dos pais", alegou Jorge Brito.

O prefeito de Leopoldo de Bulhões foi procurado pelo G1 para falar sobre o atraso no pagamento dos servidores municipais, mas não atendeu às ligações.

De acordo com Jorge, o prefeito da cidade está enriquecendo rapidamente e mora em uma mansão que ocupa todo um quarteirão. "O Governo Estadual manda dinheiro para pagar os professores, mas esse dinheiro não chega até eles. Onde está então? Sem contar os outros órgãos municipais que também estão parados", reclama o funcionário público, que afirma ainda estar passando fome: "Tem famílias aqui que como a minha está passando fome. Minha casa está com a energia cortada. Sou funcionário público estadual, ganho pouco e não roubo".

A manifestação causou alvoroço e a Polícia Militar foi chamada. Um dos PMs conseguiu tomar o isqueiro do manifestante em um momento de distração. De acordo com o escrivão que ouviu Jorge na delegacia, ele não atentou contra vida de ninguém, já que pediu que todos os funcionários saíssem do prédio, e não causou nenhum dano patrimonial. Por isso, foi ouvido e liberado. "Agora, vamos passar o caso ao Ministério Público o quanto antes", afirmou o escrivão Thiago Edirley.

Fonte: CNTE/ G1

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